10/08/2019 às 15h37min - Atualizada em 10/08/2019 às 15h37min
Satélites podem revolucionar na descoberta de ruínas de civilizações passadas
A norte-americana Sarah Parcak utiliza satélites em seus mapeamentos desde os anos 90 e acredita que o potencial deles vai muito além
Caio Costa - Editado por Thalia Oliveira
Arqueóloga conta sobre suas descobertas e pesquisas ao long dos últimos vinte anos em livro. Capa/Divulgação Descrita uma vez como uma espécie de Indiana Jones da modernidade, Sarah Parcak é uma arqueóloga da Universidade do Alabama, Birmingham, que usa de imagens de satélites para buscar traçados de ruínas e cidades de civilizações passadas, como as egípcias e viking. Ganhadora de 2016 do renomado prêmio TED Prize pelo impacto global das suas contribuições na arquivologia, a norte-americana lançou recentemente o livro "
Archaeology from Space: How the Future Shapes Our Past", onde aborda como novas tecnologias podem ajudar a humanidade a descobrir o seu antepassado.
No livro, Parcak apresenta uma série de descobertas feitas com a ajuda de aparelhos
high-tech como drones sem piloto coletando traços de milênios passados na terra invisíveis ao olho nu que lhe auxiliaram suas pesquisas arqueológicas e todo o processo por trás desse trabalho ao longo dos últimos vinte anos. "
Nós deixamos de mapear dezenas de sítios anciãos em uma temporada de pesquisa e passamos a mapear centenas e milhares de sítios em semanas", ela conta.
Ao mapear o Egito Antigo, Sarah revela, que descobriu na primeira pesquisa utilizando os dados coletados por satélite em larga escala para análise antigo delta do rio Nilo, que a população nativa abandonou a região no final do antigo reino egípcio devido às mudanças no clima há 4 mil anos atrás. Problema familiar a civilizações atuais. Em entrevista ao The New York Times, a pesquisadora afirma acreditar que a humanidade pode extrair muitas lições e aprendizados de sociedades passadas.
Em entrevista para o portal científico Space, Sarah admite sonhar com a criação de um satélite específico para uso na arqueologia. “
Eu gosto da ideia de criar algo como um sistema LIDAR, tecnologia óptica que mede propriedades da luz refletida de modo para obter informação a respeito um determinado objecto distante no espaço - a NASA tem uma, mas tem uma resolução muito baixa”, explicou. O satélite específico seria necessário especialmente em regiões de densa cobertura de árvores onde não é possível coletar dados de um drone ou de um avião, de uso restrito a áreas menores.
Ainda de olho no futuro, Parcak aposta que a inteligência artificial será a próxima grande ferramenta de transformação na arqueologia espacial. Ela estima que apenas cerca de 10% da Terra foi mapeada para sítios arqueológicos, e as máquinas irão fazer novas descobertas e mapeamento de dados por satélite muito mais rápido que os humanos.
O "
Archaeology from Space: How the Future Shapes Our Past" foi lançado em 9 de julho e está disponível em seu idioma original na Amazon. Ainda não está disponível uma versão em português.