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15/08/2019 às 17h51min - Atualizada em 15/08/2019 às 17h51min

Crítica: Meu amigo Enzo é um drama feito para emocionar

Dos mesmos produtores de Marley & Eu, o longa apresenta uma nova visão sobre os filmes do gênero

Karoline Sousa - Editado por Bárbara Miranda

Quem aprecia os filmes de cachorro que parecem existir para nos fazer chorar precisa assistir Meu amigo Enzo. O longa é uma adaptação do livro escrito por Garth Stein em 2008 com o título original A arte de correr na chuva, muito mais apropriado para a narrativa do que o título do filme. O autor é fã de Ayrton Senna, cuja principal característica era saber dirigir com maestria na chuva, daí o título no original, por isso o personagem Denny é inspirado no piloto brasileiro. O filme inicia com uma narrativa não-linear, sem se apresentar o cachorro narra uma situação antes de começar o seu relato. A partir disso, conhecemos o piloto Denny Swift  (Milo Ventimiglia) que adota um filhote da raça golden retriever e coloca o nome de Enzo em homenagem ao criador da Ferrari, Enzo Ferrari. 



FONTE: ESQUINA DA CULTURA.

Denny persegue constantemente o sonho de ser um piloto de corrida profissional até que mais alguém chega em sua vida, a simpática Eve (Amanda Seyfried). Pouco tempo depois, é a vez da pequena Zoe chegar na família e se tornar parte da missão de Enzo, que deve protegê-la. A direção fica por conta do inglês Simon Curtis (A Dama Dourada) que mostra mais do que unicamente a vida do cachorro Enzo (dublado por Kevin Costner), o longa se propõe a mostrar o mundo e a rotina da família, sob sua interpretação. A partir disso, o roteirista Mark Bomback (Planeta dos Macacos: A Guerra) traça um drama associado à narrativa do cachorro que tudo observa e tudo tenta interpretar. Ao longo dos anos, a família sofre algumas perdas, mas Enzo sempre está ali sendo esquecido sozinho ou mudando o rumo das situações. 

Quanto às atuações, a interpretação de Milo Ventimiglia nos lembra como é fácil ter um cachorro e como eles são tão importantes e de fato fazem parte de momentos tristes e felizes, mas como bons amigos leais eles estão sempre ali, embora falte algo nas cenas mais intensas. Amanda Seyfried vai bem, mas poderia mostrar mais sobre como é conhecida em outros filmes como Mamma Mia. Existem outras falhas como os pais estereotipados, a caracterização pouco real dos personagens que parecem não envelhecer e como as emoções do cachorro são tão nobres, mesmo com características humanas, o egoísmo do homem parece nem existir.



FONTE :OLÁ SERRA GAÚCHA.

Um ponto forte é a perspectiva do cão como narrador e se não fosse suficiente chorar em filmes de cachorro, eles metem um câncer, crianças sofrendo, guerra contra familiares e a narrativa fica cansativa a partir de certo ponto. Nós sentimos a impotência de Enzo que tudo observa e não pode ajudar e as cenas do cachorro torcendo pelo dono são tão particulares, é difícil imaginar alguém que não consegue ouvir o próprio cão fazendo o mesmo. As próprias interações da família com o cão, reanimam a história já que o animal não é tratado como um componente principal ou quase humano.  Enzo é tratado por seus humanos com naturalidade cotidiana, que está lá para os melhores e os piores momentos pelo tempo que durar. As cenas clichês em certos momentos tornam o Meu amigo Enzo um um drama feito para emocionar, ainda que aposte na leveza das situações e na naturalidade de como as dificuldades são encaradas pelos personagens. Confira o trailer:



 

REFERÊNCIAS

VEJA.‘Meu Amigo Enzo’: entre lágrimas e latidos. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/blog/isabela-boscov/meu-amigo-enzo-entre-lagrimas-e-latidos/>. Acesso em: 9 de Agosto de 2019.

OBSERVATÓRIO DO CINEMA. Crítica | Meu Amigo Enzo. Disponível em: <https://observatoriodocinema.bol.uol.com.br/criticas/criticas-de-filmes/2019/08/critica-meu-amigo-enzo>. Acesso em: 13 de Agosto de 2019.
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