20/10/2019 às 00h11min - Atualizada em 20/10/2019 às 00h11min
Ganhador do Prêmio Nobel de Física considera ‘loucura’ uma migração espacial humana
Para Michel Mayor, a ideia de saída de viagem do humano para fora do sistema solar é irrealista com tecnologia atual
Caio Costa - Editado por Thalia Oliveira
Michel Mayor. (Foto: Reprodução) Um dos três ganhadores do Prêmio Nobel de Física deste ano, Michel Mayor declarou essa semana em coletiva de imprensa na Espanha acreditar ser uma “total loucura” acharmos que a espécie humana pode viver em exoplanetas. Para o astrônomo suíço, os humanos nunca serão capazes de viajar para fora do Sistema Solar.
Michel Mayor ganhou o prêmio pela sua descoberta conjunto com o Diedier Queloz do exoplaneta 51 Pegasi b no ano de 1995, um planeta com massa 150 vezes superior à da Terra. Localizado na Constelação de Pégaso, a 50 anos-luz de distância do Sistema Solar, o exoplaneta foi identificado pela dupla, por meio da medição de pequenas oscilações em estrelas durante a órbita de um planeta ao seu redor, chamada de “Espectroscopia Doppler”. Desde então, o estudo possibilitou que 4 mil outros exoplanetas fossem descobertos.
Em rodada de entrevistas após vitória do prêmio, o astrônomo deixou claro se tratar de uma loucura levantar a possibilidade de desenvolvimento da sociedade humana em exoplanetas, não somente pelas condições de espaço fora do sistema solar mas, também, pela dificuldade do trajeto. “
Ainda que encontrássemos por sorte algum planeta habitável não muito distante em anos-luz, demoraríamos centenas de milhões de dias com o conhecimento tecnológico que temos hoje”, afirmou.
Quando questionado sobre a existência de uma possibilidade de vida nos exoplanetas, o Michel é enfático. Em entrevista para o El País na última sexta (11), afirmou que apesar de acreditar na possibilidade da existência de vida mais simplistas fora da Terra, despensa a especulação sobre sociedades extraterrestres. “
A resposta sobre a existência ou não de uma civilização fora da Terra é de uma pergunta diferente (do que faço). Posso passar o resto da minha vida feliz tentando responder apenas à pergunta sobre se há vida além da Terra”, explicou para a publicação brasileira.
Com parceria de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desde 1985, Michel Mayor é Doutor Honoris Causa da UFRN desde 2006. Atualmente, a Mayor desenvolve projeto em conjunto com a UFRN que constrói equipamento para a descoberta de novos exoplanetas.