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17/07/2020 às 12h15min - Atualizada em 17/07/2020 às 12h05min

Vivendo um gênero literário: romance

Literatura romântica no Século XXI

Caroline Melo - Editado por Bruna Araújo
Retratos da Leitura (2016), www.revistabula.com "Os 15 livros mais vendidos de todos os tempos", internacional.estadao.com.br "Mudando o rosto dos romances em nome da diversidade"
Imagem retirada do site: Segredos entre Amigas
O coração acelera, embrulho no estômago e a liberação de hormônios em grandes quantidades, estes são os resultados de movimentos neurológicos à fabricação de certos hormônios, também conhecidos como sintomas da paixão.

Você já viveu um romance? Caso sim, você vivenciou uma experiência que os autores têm reproduzido em livros voltados para tal gênero. Caso não, acalme-se, pois os livros românticos existem justamente para repassar tal sensação.

O estudo “Retratos da Leitura”, de 2016, estima que o gênero literário romance é um dos mais consumidos no Brasil, cerca de 22% dos lidos pelos brasileiros ao longo de quatro anos, havendo um empate em relação aos contos e obras religiosas.

Certamente que todo leitor já se aventurou pelas obras românticas, não apenas presentes nos livros, mas também nas telas de cinema e plataformas de streaming.

Livros românticos que se destacam como os mais vendidos são: O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë; Orgulho e Preconceito, de Jane Austen; e ainda, mais recentemente, Cinquenta Tons de Cinza, de E. L. James. Quanto aos sucessos de adaptações cinematográficas estão: A Bela e a Fera e a Saga Crepúsculo.

Conforme a arte acompanha a contemporaneidade, vê-se cada vez mais aspectos seculares na literatura, não seria diferente nos romances. Hoje, as personagens que vivem um romance deixam de buscar apenas o par ideal, como se fosse sua missão de vida, e passam a buscar a si mesmas, a aprender o valor de relacionamentos que não se limitam. Não é justamente essa a marca da modernidade?

A mulher até uns tempos atrás, na cultura ocidental, tinha como estereótipo-mor a procura de um marido e a constituição de uma família. Atualmente o leque para as mulheres é muito maior, o casamento foi retirado do objetivo principal, para o secundário.

Como pode-se ver no livro “Comer, Rezar e Amar” da norte-americana Elizabeth Gilbert (lindamente estralado nas telas de cinema por Julia Roberts), no qual a personagem principal decide se divorciar e seguir seu sonho de viajar o mundo, não deixando o romance de lado apesar de sua recusa em se entregar ao amor.

“Aprenda a lidar com a solidão. Aprenda a conhecer a solidão. Acostume-se a ela, pela primeira vez na sua vida. Bem-vinda à experiência humana. Mas nunca mais use o corpo ou as emoções de outra pessoa como um modo de satisfazer seus próprios anseios não realizados “.
-Comer, Rezar e Amar

Tornou-se impossível falar de romance sem abordar a diversidade, quando temos cada vez mais uma crescente de compras de livros LGBTQ, especialmente após a tentativa de censura imposta pelo governo Crivella durante a Bienal do Livro em 2019. Livros como “Will & Will” de John Green e David Levithan, “Morangos Mofados” de Caio Fernando de Abreu, num contexto de repressão, silenciamento e contracultura; e “Um Milhão de Finais Felizes” de Vitor Martins, com questões envolvendo descobertas e atualidade.

“A gente não tem controle de nada. Mas você não pode deixar essa falta de controle te impedir de viver o agora”.
-Um Milhão de Finais Felizes

O movimento Negro e a onda de “Black Lives Matter” trouxe à tona a desigualdade de autores e autoras negras quanto à publicação e vendas de seus livros. Romances como “Americanah” da nigeriana Chimamanda Ngozi, e Ponciá Vicêncio de Conceição Evaristo, onde a questão de identidade é ressaltada.

“Não tinha mais certeza, na verdade nunca tivera certeza, se gostava de sua vida, porque realmente gostava ou se porque deveria gostar”.
- Americanah

Certamente que, conforme questões são discutidas, especialmente das maiorias menorizadas, maior a representatividade criada e divulgada. Os romances têm se adaptado às inovações da sociedade, para criar retratos e novas realidades para seus leitores, o “trazer” para dentro da história com todo o seu envolvimento literário. Ademais, busca levar a reflexão da vida muito além do romance, isso não quer dizer que ela não possa ser adoçada com o tal.
 
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