17/07/2020 às 16h32min - Atualizada em 17/07/2020 às 16h13min
Domésticas são afetadas pela crise em razão da proliferação do coronavírus
Profissionais relatam que o momento tenso ocasionou o aumento de suas despesas
Vitor Hugo Martins - Editado por Caroline Gonçalves
Com o isolamento social as domésticas tiveram seus serviços cancelados. Foto: Depositphotos. Maria de Lourdes da Silva Keller tem 54 anos, e há 27 anos trabalha como diarista. Durante todos os anos, em que trabalhou como doméstica, nunca presenciou uma pandemia que fizesse com que o seu serviço fosse interrompido. Em razão do isolamento social - imposto pelo governo - para o controle da proliferação do coronavírus, vários profissionais da área de limpeza foram desligados de seus trabalhos.
Chica, como gosta de ser chamada, teve quatro faxinas semanais canceladas e somente uma confirmada durante a quarentena, fazendo com que a profissional fosse afetada financeiramente.
“Graças a Deus, uma patroa não me dispensou e com isso consigo pagar as contas mais importantes, mas mesmo assim a crise continua me afetando, pois dependo dos meus empregos para sobreviver e não estou recebendo o salário que eu ganhava das minhas outras quatro patroas", conta a trabalhadora.
O governo federal disponibilizou o Auxílio Emergencial, destinando aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, objetivando uma ajuda financeira durante a crise ocasionada pela pandemia do Coronavírus. Ao ser perguntada se foi uma das beneficiadas pelo plano, Chica nega. “Meu cadastro não foi aprovado, pois sou pensionista. Recebo um salário mínimo de pensão e esse valor não dá para fazer muita coisa. O governo deveria incluir as pensionistas para serem beneficiadas.”, finaliza a diarista.
“Assim que ele passou a trabalhar em home office fizemos o acordo. Passei a ficar em casa e recebendo normalmente o meu salário, mas as despesas aumentaram, pois como estamos direto em casa a luz e água aumentaram demais”, afirma Sidair.
Domésticas que trabalham na residência de profissionais que estão na linha de frente do combate ao vírus, como médicos, policiais, entre outros, estão dentro do grupo de trabalhadores que estão autorizados a trabalhar normalmente.