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27/07/2020 às 09h42min - Atualizada em 27/07/2020 às 09h42min

Cultura dos desfiles de moda e sua recriação digital durante pandemia

Diante da pandemia da covid-19, grifes aderem divulgação de coleções em desfiles online

Beatriz Suryane - Editado por Larissa Barros
 

Diante da pandemia causada pelo novo coronavírus (covid-19) e das medidas de distanciamento social orientadas pelos órgãos de saúde, grifes do mundo da moda apresentaram suas coleções através de desfiles digitais pela primeira vez. Sem o contato físico e olhares curiosos na plateia, a passarela foi apreciada de longe e on-line, com cada um em suas casas. Apesar disso, esse formato abriu um espaço maior, possibilitando o acesso de mais telespectadores.

 

Há tempos a moda foi inserida no mundo digital, lançando “trends” através das redes sociais principalmente, por proporcionar um fácil acesso. Com a necessidade de se reinventarem nesse ano, devido as medidas de distanciamento social, grifes e marcas tiveram a ideia de transformarem seus desfiles — antes presenciais – em desfiles digitais, usando as mídias para exibir o evento. 

 

Os desfiles de moda surgiram com a intenção de apresentar as tendências, tornar marcas novas mais conhecidas e acima de tudo, agradar aos clientes — que poderiam ver de perto e tocar no tecido das peças em lançamento. Quando eles surgiram, a ideia era que funcionassem como uma narrativa para as marcas, onde cada apresentação contaria a história da coleção, explicando todo o conceito por trás de cada peça, com o objetivo de atrair seus consumidores. 

 

Essa cultura começou ainda no século XIX, em Paris, com o estilista Charles Frederick Worth, conhecido como pai da Alta Costura. Ao invés de produzir o que cada uma de suas clientes queriam, ele produzia coleções e sua esposa as vestia para apresentar. Com o passar dos anos, os desfiles foram adaptados para o modelo que conhecemos atualmente. A estilista britânica Lady Duff-Gordon recriou todo o estilo  desses eventos, transformando-os em um ambiente visualmente bonito e decorado. Além disso, se tornaram um evento limitado, apenas para pessoas convidadas. 

 

Desde então, a apresentação das coleções foi aderida por marcas de renome, que adaptam os desfiles a cada ano de uma maneira mais moderna, transformando o evento em um espetáculo.

 

Para o designer de moda, Gabriel Gonçalves Barbosa, 23 anos, a moda se reinventa e trabalha conforme o cenário, desde os tecidos usados até mesmo a forma que vai apresentar esses projetos, podendo afirmar que o digital é muito bom porque traz informação, mesmo sem despertar a emoção de estar em uma das primeiras filas, cercado de ícones da moda.

 

“Acho que foi uma sacada incrível das marcas, até porque a moda sempre tem uma carta na manga, quando todos menos esperam, ela se reinventa e traz algo novo de tirar o fôlego. Acredito que com tudo que o mundo tem passado, essa estratégia foi a forma mais rica e eficaz para mostrar o que vem por aí, com isso as marcas também não tiveram meses e mais meses de produção perdidos por conta dessa pandemia", disse Gabriel.

 

Em junho, a London Fashion Week usou as plataformas digitais para realizar a primeira semana de moda londrina totalmente virtual. O evento teve duração de três dias, e além de transmitir a apresentação das coleções, eles adicionaram em sua programação galerias virtuais, entrevistas, filmes, podcasts, performances ao vivo e roda de discussão. 

 

Cada marca cria então o conceito do próprio desfile, a partir da mudanças na sociedade e na história. Algumas marcas usam os desfiles para apresentarem peças com o objetivo de criar tendências e mostrar um conceito ou com a ideia de servirem como inspiração para estilistas.


As passarelas on-line deram abertura para que todos pudessem assistir os desfiles, sendo necessário apenas sintonizar nas plataformas virtuais onde cada marca estaria apresentando sua coleção, tornando cada vez mais acessível e possibilitando os consumidores de poderem assistir aos eventos na palma da mão.
 

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