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02/08/2020 às 17h02min - Atualizada em 02/08/2020 às 17h01min

No Brasil, 30 milhões de pessoas se declaram vegetarianas

A emissão de gases do efeito estufa, em torno de 20% estão relacionados à produção animal e 44% ao desmatamento de terras, principalmente da Amazônia e do Cerrado.

Roberta Mourão - Editado por Barbara Honorato
Prato vegano ( Foto: Instagram vegana.semgrana)

 O percentual de pessoas que se declaram vegetarianas no Brasil chega a 14%, representando 30 milhões de adeptos a esta opção alimentar. Esses números mostram um crescimento 75% em relação a 2012, quando se contabilizava 8%. Já nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Curitiba o número é maior, com 16%. Os dados foram divulgados pelo IBOPE Inteligência, em abril de 2018. 

Com o crescimento veganismo e do vegetarianismo, a população que tem interesse ou não em optar por esses dois modelos apresentam dúvidas sobre o que significam e quais são as suas diferenças. A diretora da Associação Brasileira de Veganismo, Laura  Kim, afirma o significado do veganismo. “O Veganismo é um estilo de vida que procura excluir, na medida do possível e do praticável, todas as formas de exploração animal na indústria, alimentação, vestuário e em geral, como diversões e trabalho”, explica.

 

Já o vegetarianismo é a escolha de não consumir nenhum tipo de carne como aves, bovinos,

suínos e frutos do mar ou nenhum derivado da carne (presunto, peito de peru,etc), podendo ou não consumir ovos, leites e derivados, dividindo-se em:

Ovovegetariano: não consome carnes e laticínios, porém consome ovos.

Ovolactovegetariano: não consome carnes, porém consome ovos e laticínios.

Lactovegetariano: não consome carnes, porém consome laticínios.

Vegetariano Estrito: não consome carnes e derivados (ovos, laticínios, mel) ou

qualquer produto que seja de origem animal como gelatina, colágeno,etc.

 

A introdução alimentar vegana e vegetariana

 

O ponto principal e crucial para iniciar a alimentação vegana e vegetariana é haver convicção deste novo estilo de vida e o moitvo da iniciativa de mudar os hábitos .Assim, tornando-se mais fácil abolir todos os produtos de origem animal e derivados, e consequentemente proporcionar uma adaptação adequada e equilibrada.

 

A estudante, Lívia Ferrarezi, vegana há 1 ano e 4 meses, disse como a ideia desse estilo de vida e introdução alimentar iniciou em sua vida. “A ideia do veganismo chegou na minha vida primeiramente com a simples reflexão do que eu estava comendo; em determinado momento me pareceu injusto ter tantas mortes para que eu pudesse me alimentar sendo que existiam outras opções. Daí em diante pesquisei informações e entendi não só a questão do sofrimento animal, mas também o impacto no meio ambiente que o consumo dos produtos advindos desse processo causam”.

 

Uma das alternativas para se iniciar esse tipo de alimentação é tentar reduzir ou excluir os alimentos de origem animal o máximo possível e, consequentemente, aumentar a ingestão de variáveis vegetais. Para manter uma alimentação que contenha todos os nutrientes necessários é preciso ter variedade e equilíbrio na escolha. Dessa maneira, deve-se incluir porções diárias de todos os grupos alimentares, como cereais, leguminosas, frutas, verduras, legumes, oleaginosas e sementes.

 

A nutricionista clínica Mônica Vitorino, afirma que um bom início é imaginar o prato em partes. “Uma boa ideia é mentalizar o prato dividido em quatro partes. Uma parte com grãos, no caso as proteínas, a outra como uma fonte de carboidrato como arroz, milho, aveia, cevada, a outra parte com vegetais verdes, principalmente os verdes escuros e a outra parte com legumes de cores variadas”,e também a importância na rotação de alimentos nas refeições, assim permitindo refeições diversificadas e completas.

 

A vitamina B12 é a vitamina que deve ser ingerida pela pessoa que adere ao estilo de vida vegano. “O intestino também produz B12, mas nem sempre a quantidade é suficiente, pois existe grande problema de absorção. A produção de B12 no intestino humano ainda está sendo bem estudado por que existem algumas dificuldades na absorção dessa vitamina”, afirmou Mônica Vitorino. Dessa forma, deve-se ingerida e a alternativa encontrada é manipulação dessa vitamina em farmácias.

 

Engana-se quem acha que só as pessoas que optaram por dieta vegana deve se preocupar a com a ingestão e absorção dessa vitamina.Isso por que a absorção depende mais do metabolismo do que da ingestão,portanto comer produtos derivados de carne não garantem que não precise toma-lá. A deficiência pode afetar o sistema neurológico apresentando queixas de concentração, memória e atenção, inclusive graus mais elevados podem desencadear quadros de anemias.Por isso é importante acompanhar os níveis desse nutriente no sangue.

 

Causas levam ao vegetarianismo e veganismo

 

As escolhas para se optar pelo vegetarianismo e o veganismo são diversas, e cada pessoa decidi adquirir por um ou mais motivos, mas, geralmente contemplam questões relacionadas à saúde, problemas ambientais e a forma que os animais são tratados e mortos.

 

Segundo Nutricionista e Assistente de Campanhas da Sociedade Vegetariana Brasileira, Renata  Victoratti, e Coordenadora do departamento de saúde nutrição da SVB, Alessandra Luglio, grande parte da área desmatada está associada  ao agronegócio e um valor alto de recurso hídricos é utilizado na produção de carne. “80% da área desmatada no Brasil, está relacionada ao agronegócio, principalmente na região da Floresta Amazônica. Em relação aos recursos hídricos são utilizados mais de 15.000 litros de água para a produção de 1 kg de carnes”.A emissão de gases do efeito estufa,também está relacionado à produção animal e ao desmatamento de terras, principalmente nas região da Amazônia e Cerrado. 

 

Do ponto de vista dos animais, o consumo de carne e seus derivados, aumenta a produção intensa e consequentemente contribui para a alta aglomeração, principalmente em ambiente fechados e de insalubridade para os animais. Dessa maneira, permitindo o aumento de bactérias em humanos e desenvolvimento de novos vírus, o que pode aumentar os casos de resistência a antibióticos.

 

“Algumas Organizações possuem posicionamentos favoráveis relacionando a prevenção de dislipidemias, Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como doenças cardiovasculares, diabetes tipo II, hipertensão arterial e alguns casos de câncer. Portanto, uma alimentação à base de vegetais reduz os impactos ambientais, apresenta fatores de proteção às doenças que mais atingem as pessoas no mundo e também respeita o bem estar animal”, afirmou a  Nutricionista e a Coordenadora sobre a questão da saúde.

 

Redes sociais como meio de propagação

 

As redes sociais são utilizadas para divulgar fotos, vídeos contendo informações pessoais, de marcas e até mesmo o estilo de vida de cada pessoa.Com o crescimento da onda do  veganismo e vegetarianismo, surgiram páginas que procuram compartilhar sobre esse tema,a alimentação e o estilo de vida desses dois modelos.

 

A comunicadora e ativista Afro Vegana, Carla Candace, possui em sua página no instagram (vegana.semgrana) cerca de 66,2 mil seguidores,compartilhando fotos de sua alimentação de uma forma simples, criativa, diversificada,e bate- papos explicando como funciona o estilo de vida vegano. Carla Candace, disse que o intuito da criação da página é acabar com a ideia que o veganismo é algo para elite.“ O principal do vegana sem grana é acabar com essa ideia que o veganismo é elitista em sua essência e precisa ser caro. O veganismo foi  elitizado, chega no Brasil elitizado, mas ele não precisa ser caro.[...] O ideal é que o veganismo pode ser incluso dentro de qualquer tipo de vida, de qualquer faixa etária de dinheiro, por isso criei o vegana sem grana”.

 

A dica que a comunicadora passa é tentar diminuir ao máximo os produtos de origem

animal em sua rotina, principalmente focando nos vícios, como o consumo de leites e seus derivados.Já a dica da Nutricionista e Assistente de Campanhas da SBV e a Coordenadora do departamento de saúde nutrição da SVB é a Campanha Segunda Sem Carne.Um convite para a substituição, pelo menos uma vez por semana, da proteína animal pela proteína vegetal, promovendo a descoberta de novos sabores, por meio de uma alimentação balanceada.

 

Página da comunicadora e ativista Afro vegana : https://www.instagram.com/vegana.semgrana/

Página da nutricionista Mônica Vitorino: https://www.facebook.com/monica.vitorino.71

Site da Associação Brasileira de Veganismo : https://veganismo.org.br/

Site da Sociedade Vegetariana Brasileira: https://svb.org.br/
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