DivulgaçãoCom mais de um século de história, a família Vogue, composta por 26 países, apresentou edições que não se relacionavam, e não tinham um significado único para todos os leitores. Neste ano, por conta da pandemia causada pelo coronavírus (covid-19), a equipe resolveu fazer uma mudança que tornasse a edição de setembro diferente e especial, tanto para a história da revista quanto para os leitores.
Segundo Anna Wintour, diretora de conteúdo da revista nos Estados Unidos, o projeto Vogue Hope (esperança) foi idealizado em conjunto para trazer um novo formato à revista, e levar uma mensagem otimista e de esperança ao público. Ela destaca que a equipe viu a necessidade de se afastar de editoriais no formato padrão, já que o mundo da moda passou por mudanças graças à quarentena.
Em entrevista à Vogue Portugal, Anna ressalta que em períodos de crise, é de grande importância ter esperança. "Nestes tempos difíceis, a Vogue decidiu reunir todas as edições internacionais em torno deste tema otimista, humano e voltado para o futuro. Faz parte da nossa humanidade, é uma fonte de bem-estar e inspiração, e mantém-nos focados num futuro melhor”
Portfólio Hope
A escolha de setembro como mês para dar início a esse novo projeto foi feita por conta de algumas questões relacionadas ao hemisfério norte. Pois, esse período é visto como o momento para revitalizar o guarda-roupa. Além de marcar um novo calendário escolar, ou seja, a época de volta às aulas. Dessa forma, as edições das revistas para este mês são importantes por se tratarem de um marco para a equipe nos bastidores e todos os envolvidos no projeto. Portanto, novo ano, novo closet, novas ideias.
Embora todos os países estejam com o mesmo tema, a ideia de originalidade não foi perdida, de maneira que as linhas editoriais continuarão mostrando as características individuais. Com isso, cada país e editor-chefe vai poder apresentar a sua própria interpretação do que significa ter esperança em tempos difíceis no portfólio Hope. Podendo então contar com o uso de fotografias, pinturas, colagens e textos, trazendo também um conteúdo que gira em torno de outros problemas atuais na sociedade.
No Brasil, a publicação escolheu aclamar espécies de animais que apesar de estarem em extinção ou vivendo em cativeiro, ainda possuem um fio de esperança de serem resgatadas e realocadas ao seu habitat natural. O fotógrafo Rafael Pavarotti é responsável pela produção da nova capa e vai fotografar o artista plástico recifense Samuel de Saboia, junto a uma de suas obras.
“Na obra, o pássaro simboliza todas as espécies à beira da extinção ou que vivem em cativeiro, mas ainda cantam juntas em sinal de esperança e união. As cores vibram com a capacidade de incorporar emoções e o sonho de liberdade” disse o artista em entrevista à Vogue Brasil.
De acordo com a diretora de conteúdo da Vogue Brasil, Paula Merlo, Pavarotti e Saboia foram escolhidos para colaborar na produção da capa de setembro por conta da representatividade na cultura negra brasileira, já que simbolizam a força e a excelência desta comunidade.
