José Saramago: vida e obras

Primeiro escritor de literatura de Língua Portuguesa a ganhar o Prêmio Nobel

Reprodução: Saramago - josesaramago.org

Conhecido por suas obras críticas à temática social, à política e à religiosa, José Saramago completaria 98 anos em 16 de novembro de 2020. As características de sua escrita eram marcantes e envolventes, descrevia os acontecimentos de forma minuciosa. Seus textos eram longos e suas pontuações nada convencionais.

José de Sousa Saramago nasceu em 1922, na vila de Azinhaga, em Portugal. Em 1924, mudaram-se para Lisboa à procura de melhores condições de vida. Aos 13 ou 14 anos de idade teve o privilégio de morar com sua família em uma casa separada, pois, até então, sempre moraram em cômodos divididos com outras famílias.

Aos sete anos de idade descobriu que o funcionário, por conta própria, tinha registrado seu nome como José de Sousa Saramago e não José de Sousa, como pedira seu pai. Na escola, sempre tirava notas altas e era conhecido por seus professores e colegas como um excelente aluno.

Sua relação com seus avós, Josefa e Jerónimo era muito próxima e em 2006 publicou o livro “As Pequenas Memórias”, em homenagem a seus avós. Na obra, Saramago relata episódios de sua infância pobre e narra momentos em que passou com seus avós.

Seu primeiro livro “Terra do Pecado” foi publicado em 1947. Depois dessa publicação, Saramago ficou dezenove anos sem escrever e em 1966 lança um poema chamado os “Poemas Possíveis.” Durante esse período trabalhou em uma metalúrgica e em uma editora.

Em 1991, publicou o "Evangelho Segundo Jesus Cristo", obra que causou bastante polêmica na época entre os católicos e foi alvo de censura pelo governo português. A obra foi indicada para concorrer ao Prêmio Literário Europeu, mas foi vetado pelo o subsecretário de Estado da Cultura de Portugal. Depois do ocorrido, Saramago abandonou o país e se mudou para a ilha de Lanzarote, no arquipélago de Canárias.

Saramago foi o primeiro e único escritor de literatura de Língua Portuguesa a ganhar o Prêmio Nobel em 1998. Sua obra mais conhecida é "Ensaio Sobre a Cegueira" (1995), devido à sua adaptação para o cinema. A obra retrata o egoísmo do ser humano, o que a torna uma leitura desafiadora.