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03/12/2020 às 14h55min - Atualizada em 03/12/2020 às 14h44min

IBGE: Brasileiros aumentam consumo de álcool em 2019

Em 2019, 26,4% da população adulta afirmou ter bebido semanalmente, contra 23,9% em 2013

Larissa Campos - Editado por Camilla Soares
Mulher bebendo um copo de cerveja - Imagem: Engin Akyurt/Pixabay
A população brasileira, mais especificamente as mulheres, aumentaram seu consumo de álcool. De acordo com o Volume 4 da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), lançado no último dia 18 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 17% das mulheres adultas afirmaram ter bebido uma vez ou mais por semana em 2019. O índice é 4,1 pontos percentuais maior do que era em 2013 (12,9%). Entre os homens, a variação do percentual não foi tão significativa:  36,3% para 37,1%, entre 2013 e 2019.

O estudo revelou ainda que a proporção de pessoas que consomem bebida alcoólica aumenta de acordo com o seu rendimento, começando com 18,6% entre os sem rendimento e terminando com o percentual de 49% entre os que ganham mais de 5 salários.

Nesse sentido, a pesquisa sinaliza que o consumo de bebidas alcoólicas é uma das principais causas das chamadas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), bem como dos acidentes e violências.

Em relação a acidentes de trânsito, a PNS indicou que um em cada cinco motoristas homens dirigiu após beber. A proporção de mulheres motoristas que conduziram carro ou moto após o consumo de álcool foi de 7,8%, já entre os homens motoristas, o percentual chegou a 20,5%.

Fator psicológico

Além dos problemas relacionados a saúde física, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode afetar também a saúde psicológica do usuário. Segundo o Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran (HMB), em parceria com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), cerca de 45% dos pacientes do setor de psiquiatria do HMB possuem alguma doença relacionada ao uso de álcool e drogas, ou seja, que foi desencadeada ou potencializada pelo consumo dessas substâncias.

De acordo com o psicólogo Gerson Rodrigues Poças (CRP:06/140363), o consumo excessivo de álcool pode influenciar a depressão, reforçar a ansiedade, sendo que a ansiedade igualmente leva a pessoa que não faz algum tipo de tratamento ao álcool, na medida em que o álcool “ameniza” a realidade.
 

“Na grande maioria das vezes, o excesso de qualquer vicio está relacionado com a falta de alguma coisa, ou seja, fatores psicológicos que regem a vida de alguém, sendo que o preenchimento sempre virá com algo externo ao indivíduo”, afirma.


Além disso, Gerson alerta sobre o uso de medicamentos e o consumo de álcool, comportamento não recomendado pelo psicólogo, uma vez que existe a alteração da consciência, e para tratamentos como o da depressão, ansiedade e transtorno do pânico é ideal que o paciente esteja em suas capacidades normais.

Lucas Barbosa, consumidor de bebidas alcoólicas, diz ter percebido um aumento em sua frequência de ingestão de álcool, principalmente no período de isolamento social, no qual houve uma piora de sua ansiedade.
Em relação à saúde mental, Lucas afirma que as bebidas podem sim afetar o seu estado psicológico, porém irá depender da quantidade e do momento escolhido para consumi-las. “Se eu estou num dia com a cabeça boa, eu posso beber tranquilo que isso não me afeta, mas se eu estou deprimido por algo e eu beber, aí eu fico mal e isso me deprime mais ainda”, declara.

Hoje em dia, Lucas diz ser controlado em relação ao seu consumo, mas confessa já ter se aproximado do vício em álcool e não percebia isso na época. “Eu bebia quando estava triste, quando estava feliz e aí eu comecei a querer cada vez mais. Eu fui vendo que isso estava me levando a um certo vicio. Comecei a controlar, fiquei 4 meses sem beber nada de álcool e agora bebo somente de sábado quando vejo algum amigo”, completa.

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