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19/02/2021 às 22h40min - Atualizada em 19/02/2021 às 22h24min

Evolução da lingerie: Do máximo ao mínimo

Confira como as lingeries atuais eram nos séculos passados

Laís Rodrigues - Editado por Larissa Barros

Assim como outros estilos e peças de roupas, as lingeries passaram por diversas mudanças ao longo dos séculos. A cada década, desde as mais conservadoras ou não, elas se adaptaram para proporcionar bem-estar, conforto e aumentar a autoestima das mulheres.

O termo lingerie é uma palavra francesa que deriva do latim e significa linho. Quando surgiram no século XIX, os espartilhos e as crinolinas, vistos como uma inovação, eram usados para moldar o corpo das mulheres, levantando os seios e deixando a cintura em evidência. Eles eram usados com calçolas, peças em tons pastéis que iam até a altura do joelho. Médicos alertavam sobre o perigo do uso, por comprimir os órgãos. No entanto, acabavam sendo ignorados pela vontade de possuir um “corpo padrão”.


Na época da realeza, para manter os vestidos com muitas camadas no formato esperado era usado as crinolinas, armações de linho e crina de cavalo, por debaixo das saias e vestidos. 
Até o final do século XIX, eram usadas as chamadas combinações, uma peça única como uma chemise, e espartilhos por debaixo da roupa. Já naquele período, as mulheres consideravam importante deixar a área íntima respirar. 

A partir de 1850, as peças passaram a ter mais a forma como são hoje, com menos apetrechos. Um dos primeiros a seguirem com esse estilo mais simples foi o corpete para seios, criado em 1889 por Herminie Cadolle. Ela foi considerada a inventora dos sutiãs, decidindo separar os espartilhos em duas partes. 

A ideia sexual da lingerie passou a ser mais presente na Belle Époque com peças bordadas e com renda, passaram a ser produzidas em grande escala. A grande mudança foi tecidos e modelagens mais leves para trazer mais conforto para as mulheres. Com a chegada do nylon, em 1940, as peças esbanjaram leveza e maior durabilidade.

Arte Pin Up
As calcinhas e sutiãs como conhecemos hoje, surgiram no século XX. Em torno de 1950, as Pin ups trouxeram a sensualidade para as peças, elas eram sinônimo de beleza na época e usavam as lingeries sem medo. As modelos, geralmente, pousavam para calendários e com isso, os soldados das guerras levavam e penduravam em paredes. O termo surgiu a partir desses costumes, pois, a tradução de Pin ups significa “Prender com pinos”. 
 
Ainda na década de 50, aconteceu o primeiro desfile da Victoria 's Secret que, desde o início focaram em trazer peças para um determinado tipo de corpo, fortalecendo ainda mais um padrão de beleza para as mulheres. 

Com o passar dos anos, as lingeries começaram a apresentar mais diversidade entre modelos e tecidos. Dessa forma, as mulheres tinham mais opção de escolha e as marcas começaram a investir mais na produção. A cinta liga, peça que marcou a sensualidade da época, bombaram, principalmente por causa das propagandas que mostravam a liberdade da peça. 

O sutiã também não ficou para trás e ganhou um novo significado, em 1968, quando cerca de 400 mulheres fizeram o protesto conhecido como “A Queima dos Sutiãs”, com o objetivo de questionar como o concurso Miss América estava tratando os corpos e os padrões de beleza. A queima das peças nunca aconteceu porque não tiveram autorização do local, que não era público. 

Aos poucos, o sutiã deixou de exercer a sua função de maneira escondida, e em 1980, as lingeries começaram a marcar presença. Os bodys apareceram e fizeram parte dos looks de cantoras de rock, como a Cher. Na mesma época, as mulheres começaram a ter direitos civis, trabalhistas e falavam sobre a liberdade sexual. Com toda a discussão, surgiram modelos para cada situação, dos mais básicos até os mais sensuais, e que servem para todas as mulheres. 
 
Algumas artistas desempenharam um papel importante na história das lingeries. As roupas íntimas sem costura e esportivas surgiram na década de 90, a era de transição para o novo século. As mulheres mais atentas à liberdade conseguiram trazer conceitos como BDSM, látex . A cantora pop Madonna, ícone que tornou o sutiã pontudo e por cima das camisas um dos símbolos da sua turnê, é um exemplo. 

O conforto se tornou mais essencial no novo século, os tecidos e modelos foram aprimorados para atender a maior quantidade de corpos e necessidades. Além da evolução material, também houve uma revolução no modo de usar a peça, trazendo estilos mais ousados e diferentes do que estavam acostumados. Os sutiãs não eram mais para serem escondidos mas sim, para fazer parte dos looks, aparecendo apenas um pouco ou ele todo.

 


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