A pandemia do novo coronavírus evidenciou a importância das relações diplomáticas mundiais. O governo Bolsonaro colocou em questionamento a credibilidade do Brasil com alguns posicionamentos desde o início de seu mandato.
O país é integrante de uma aliança econômica chamada BRICS, importantíssima para a economia nacional, mas que pouco tem sido observada recentemente. O bloco é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Países emergentes e que têm grande potencial econômico, mas ainda apresentam baixos níveis de desenvolvimento geral.
CONCEITO
Em 2001, uma análise realizada pela companhia Goldman Sachs destaca a relação entre países emergentes que poderiam mudar o rumo das políticas econômicas da época. De acordo com a análise, esses países se ajudariam mutuamente e contribuiriam com o enorme potencial econômico que eles detinham.
Inicialmente, a aliança foi firmada por Brasil, Rússia, Índia e China. Após mais alguns estudos, a África do Sul foi inserida no grupo, em 2003. Existia sobre esses países uma grande especulação e projeção em relação aos níveis de desenvolvimento e economia.
No entanto, após duas décadas, o bloco não atingiu as expectativas, com exceção da China, que atualmente é a maior potência econômica mundial, os demais países continuam com baixos índices de desenvolvimento econômico, apesar de terem apresentado melhora desde a criação da aliança.
RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS
A relação entre Brasil e China ficou abalada após declarações polêmicas de membros do governo Bolsonaro com relação à crise mundial que o país vive. Eduardo Bolsonaro (PSL) fez comparações entre a pandemia e o acidente nuclear de Chernobyl, responsabilizando os chineses pela pandemia.
Em nota, a embaixada chinesa afirma que Eduardo “tem gastado tempo e energia para atacar deliberadamente a China e espalhar boatos”, e disse que “quem insiste em atacar e humilhar o povo chinês acaba sempre dando um tiro no próprio pé”.
A relação já estava abalada, principalmente por conta da resistência do Presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) em utilizar a vacina chinesa Coronavac, suspendendo até o processo de registro da vacina na ANVISA ( Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
VACINAÇÃO
Dentre os países do BRICS, o Brasil perde espaço no quesito vacinação. Enquanto China, Rússia e Índia são nomes extremamente importantes nesse cenário. Existem atualmente seis vacinas em desenvolvimento na China, duas na Índia e duas na Rússia. Além disso, a sede da maior fabricante de vacinas do mundo fica em território indiano.
De acordo com o economista Matheus Takashi: “Se for comparar os membros do BRICs, tanto Rússia, Índia e China já estão com uma taxa avançada de vacinação, enquanto o Brasil fica para trás. Caso isso continue ocorrendo, existe a possibilidade de os países fecharem as portas pro Brasil, tanto na questão de turismo quanto na questão comercial”, afirma.
Além do atraso na compra das vacinas e na vacinação da população, o Brasil enfrenta uma intensa crise econômica que só se agrava. “Se acabar tendo um embargo em alguma dessas relações, pode afetar o poder de compra do brasileiro e ter influência na inflação", afirma o economista.
REFERENCIAS
F.FLEURY. PAÍSES DO BRICS SE DESTACAM NA CORRIDA PELAS VACINAS. PORTAL R7. 02 DE MARÇO DE 2021. DISPONÍVEL EM <https://noticias.r7.com/internacional/paises-do-brics-se-destacam-na-corrida-pelas-vacinas-contra-covid-02032021>