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31/08/2021 às 21h11min - Atualizada em 31/08/2021 às 15h22min

Logística: Um setor em evolução

Durante a pandemia, com várias lojas físicas tendo que migrar para a internet, o setor logístico brasileiro adotou um papel crucial para a economia do país

Leonardo Leão - Editado por Ynara Mattos
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 O Setor de Logística foi um dos mais essenciais durante a pandemia. Devido à quarentena muitos negócios tiveram que ser fechados ou migrar para a Internet, como foi o caso das lojas físicas. Com isso, o setor logístico passou a ter um papel fundamental para o mercado brasileiro.

 Apesar dos desafios que o setor encontra no país, ele vem apresentando uma franca evolução. Essa forte mudança no comportamento do consumidor foi outra dificuldade enfrentada pelas empresas de logística. Muitas delas souberam lidar com essas adiversidades. Felipe Marçal, CEO da TRANSCOTA - Logística e Transporte, relatou que não houve redução do volume de demandas durante a pandemia. Na verdade, eles até tiveram um aumento no faturamento da empresa.

 Segundo o Índice da Movimentação de Cargas do Brasil, feito pela AT&M, em 2020 foram registrados R$ 7,5 trilhões em movimentação de cargas, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. O relatório também apontou para uma movimentação no valor de R$ 2,9 trilhões nos primeiros quatro meses de 2021, um crescimento de 38,63% se comparado com o mesmo período no ano passado. Outro dado importante para o setor logístico foi o aumento de 37% no número de vagas de emprego de janeiro a maio deste ano.

 Um dos grandes responsáveis por esses resultados foi o setor de E-commerce, que teve um forte crescimento durante a pandemia. As empresas de logística prestaram um papel fundamental para os empresários dos demais setores da economia, tanto no recebimento de insumos e matéria-prima, quanto no envio de produtos para seus clientes.

 Ainda sobre o E-commerce, é visível a corrida das grandes empresas do setor para fornecer a entrega mais rápida do mercado. O Mercado Livre, por exemplo, já anunciou a aquisição da plataforma de entregas Kangu e está dobrando sua malha logística no Brasil. A Amazon lançou entrega grátis de um dia para clientes Prime no país. Outra novidade é a entrada da Buser no ramo logístico apostando no baixo custo do serviço oferecido, ela planeja transportar 1,5 mil toneladas de encomendas por dia em 2022.

 Como podemos ver, o mercado brasileiro está em crescimento com muitas empresas investindo para atender melhor a demanda. Para Felipe, o setor de logística nacional oferece muito espaço para a implementação de soluções inovadoras e também de políticas sustentáveis.

 Mas ele ressalta que também há pontos negativos no mercado, como a legislação tributária complexa; os órgãos federais pouco alinhados com as demandas do setor; péssimas condições das estradas e uma elevada carga tributária nos insumos diretos do transporte.

 O CEO da TRANSCOTA relata um déficit no prazo de entrega de novos equipamentos pelas fábricas, que pode impacta diretamente no atendimento às demandas emergenciais de alto volume. Ele também fala de outro déficit relacionado à tecnologia nos processos logísticos, em sua opinião, isso poderia prejudicar a qualidade do serviço e o prazo de entrega demandado pelos clientes do e-commerce.

 Já sobre as estradas, vale destacar que elas são essenciais para o setor de transporte no país. Para se ter uma ideia, em 2019, 61% das cargas transportadas no Brasil foram através de rodovias; 21% delas por ferrovias; 12% por cabotagem (transporte marítimo entre portos); 2% pelos rios e menos de 1% por aviões.

 Para muitos especialistas o segredo está em diminuir essa dependência e apostar em outros modais de transportes, como a malha hidroviária e ferroviária. O transporte por ferrovias é um dos mais indicados, grande parte dos países no mundo apostam alto nesse meio, o Brasil deveria seguir este exemplo.

 Atualmente, a maior linha férrea do país, a Ferrovia norte-Sul, está com mais da metade dos trilhos fora de operação. O governo editou nesta segunda-feira (30) a Medida Provisória que facilita construção e operação de ferrovias no país, sem a necessidade de fazer um leilão, através de um sistema de autorização.

 Quanto ao futuro do setor logístico, ele está passando por um processo de transformação digital jamais visto antes, camado Logística 4.0, aqueles que não se adaptarem ficaram para trás. Felipe Marçal espera que os próximos dois anos sejam de crescimento exponencial no setor. Ele afirma que as empresas que se prepararam tecnologicamente terão excelentes resultados.

 A única certeza é de que o mercado não será o mesmo que antes da pandemia, os avanços conquistados permaneceram e muito mais está por vir. O mercado já está se preparando para atender as novas demandas e necessidades que estão por vir. O consumidor está mais exigente, principalmente em relação ao prazo de entrega.

Resta agora as empresas do setor melhorarem sua eficiência sem aumentar os custos. Para alcançar esse objetivo muitas empresas, como a Amazon, já utilizam robôs autônomos em seus galpões, drones para realizar entregas até seus clientes, dentre outros avanços tecnológicos.


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