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17/10/2021 às 21h25min - Atualizada em 17/10/2021 às 21h17min

Animais de apoio para o combate à depressão: o que são e para quem são destinados

Conhecido pela sigla ESAN, conheça as características dos Animais de Assistência Emocional e como auxiliam no tratamento da depressão

Bianca Lourenço - Editado por Maria Paula Ramos
REPRODUÇÃO/PIXABY/HENRIET HAAN
Sabe-se que saúde é uma questão que deve ser levada com seriedade. Tal seriedade deve ser mantida quando falamos sobre saúde mental, um tema que vem sendo debatido frequentemente e que tomou devidas proporções devido a pandemia de COVID-19. Uma pergunta que recorrentemente é feita, refere-se às quais medidas podemos tomar para o tratamento da saúde mental?
 
Dentro desse tema, temos os Animais de Assistência Emocional (ESAN), ou simplesmente “Animal de Apoio” como é mais conhecido. Esses animais podem ser diversos, mas são mais comuns os gatos e cachorros. Para que seja um animal de apoio, é importante lembrar que eles só são considerados ESAN por um médico psiquiatra, que é o especialista que faz o acompanhamento desse paciente. A recomendação também pode ser feita por um psicólogo.
 
Existe uma distinção entre animal de apoio e animal de estimação: no primeiro, através de sua companhia, o paciente tem benefícios refletidos em sua saúde. Esses animais estimulam o seu tutor a socialização e à prática de exercícios físicos, tendo-se, então, resultados positivos na saúde física e mental do paciente. Já o animal de estimação, a relação consiste em treinamento para apoio às necessidades especiais como é o caso do cão-guia.
 
De acordo com um artigo publicado pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), torna-se cada vez mais comum observarmos animais acompanhando seus donos em lugares públicos que não esperávamos. Esses animais são treinados de forma individual para prestar auxílio e aumentar a autonomia de pessoas com problemas emocionais ou até mesmo deficiência física.
 
Ainda segundo o artigo, a raça mais utilizada de cães são os labradores retriever, os quais passam por uma seleção cuidadosa desde o nascimento justamente por ter uma grande disponibilidade para aprender e ajudar as pessoas de uma maneira bem específica. Outro ponto que chama a atenção, é a estabilidade e a capacidade de concentração desses cães; essa estabilidade é necessária pois evita que o cão corra para brincar.
 
No entanto, qualquer raça pode ser um ESAN, não somente o retriever. Para isso, é necessário um comprovante médico, no qual garante que o animal auxiliará nos casos de depressão, ansiedade, dentre outros diagnósticos mentais e emocionais. É necessário, também, estar clinicamente comprovado que o animal de fato reduz a frequência cardíaca do paciente através do toque ou da proximidade.
 
Em uma conversa com a paciente Ruth de Almeida, de 56 anos, ela afirma que se sente segura e mais tranquila com a presença de Mel, um poodle de 8 anos. Ruth faz o acompanhamento com o especialista há cinco anos, o mesmo tempo que tem Mel como sua fiel companheira. Ela ainda diz que é extremamente grata pelo apoio de Mel.
 

“Mel tem sido uma grande companheira para mim. Desde que tive o diagnóstico, eu e minha família nos tornamos imensamente gratos à Mel por tudo que tem feito por mim. Ela está sempre ao meu lado, independente de qualquer coisa, sempre me fazendo ver as situações da melhor forma possível.”

 
É importante ressaltar que é necessário buscar ajuda e que jamais estaremos sozinhos. Um especialista pode nos ajudar, e muito, em nossa jornada para o cuidado mental e emocional. A junção de um especialista, de um animal de apoio, de familiares e amigos é extremamente válido para nossa saúde mental.
 
Em uma conversa com Isabelle Pascoa, graduada em Psicologia, ela trouxe respostas para alguns questionamentos levantados. O primeiro foi sobre como é feito o diagnóstico e como é abordada a necessidade de um Animal de Apoio:
 

 o diagnóstico é feito a partir de alguns sintomas que o paciente vem sentindo, por exemplo: perda de interesse em determinadas coisas que antes eram interessantes, tristeza constante, dificuldade para dormir ou dormindo mais que o normal, perda de apetite ou muito apetite, entre outros. A depressão é diagnosticada por diversos sintomas tanto comportamentais quanto físicos. A necessidade um animal de apoio ao paciente é feita a partir do interesse do indivíduo, o psicólogo pode fazer a indicação sobre o paciente ter um animal e o paciente vai decidir se gostaria ou não de ter um animal para lhe apoiar no processo da depressão e depois dela, visto que o psicólogo precisa observar se o paciente tem capacidade psíquica para cuidar do animal.

 
Também questiono Isabelle sobre qual o profissional adequado para realizar o diagnóstico:

  o diagnóstico de depressão é dado ao paciente por um profissional da área de saúde, podendo ser um médico clínico, um psicólogo ou um psiquiatra.

 
Questiono, também, sobre como é a relação entre o animal e o seu tutor:
 

quando se tem um animal de estimação, a relação entre o animal e o tutor é de muito amor e cumplicidade. Muitas vezes o tutor considera o animal como um filho, porque é uma relação mútua.

 
Por fim, questiono também sobre quais os benefícios para o paciente:
 

 os benefícios para o paciente são os melhores porque o animal traz muita alegria e muito amor ao seu tutor. O animal parece sentir quando o seu tutor não está bem e o ajuda nesses momentos. É interessante falar que muitas vezes o paciente não consegue fazer algumas atividades e, com um novo animal de apoio, ele sente ânimo de sair e brincar com o animal. O tutor também terá responsabilidades, como cuidar do animal, dar banho, colocar comida, levar ao médico dentre outras atividades. Isso impulsiona o paciente para frente, fazendo ele sair de sentimentos como tristeza, solidão e medo. Ter um animal é ter um amor em sua vida, um amor verdadeiro e recíproco.”

 
Finalizo lembrando para que sempre busquem ajuda médica e pessoas que te apoiam e que estejam ao seu lado, independente do que for. Caso desejar, pode entrar em contato com o Centro de Valorização à Vida (CVV) através dos seguintes meios:
 
Telefone: 188, ligação gratuita e disponível 24 horas por dia;
Chat: através do link Chat - CVV | Centro de Valorização da Vida, onde também há o horário de atendimento;
Postos de Atendimento: Postos de Atendimento - CVV | Centro de Valorização da Vida, onde pode-se consultar o mais próximo;
E-mail: E-mail - CVV | Centro de Valorização da Vida

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