Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
03/11/2021 às 22h53min - Atualizada em 03/11/2021 às 22h42min

Violência no ambiente escolar

O que pode ser feito para uma melhor convivência entre aluno e profissionais da educação?

João Barbosa - Editado por Ynara Mattos
Governo do Estado do Espírito Santo / Divulgação
Os profissionais da educação são pilares extremamente importantes na construção de um amanhã mais justo, compartilhando de seus conhecimentos com seus alunos para que cidadãos de bem e com boas instruções sejam formados com a esperança de um futuro mais próspero para suas famílias, com a ambição de um bom posicionamento no mercado de trabalho dentre outros sonhos em que muitas vezes o maior influenciador seja um professor. Afinal quantas vezes você já ouviu em seu ciclo social, elogios a algum professor, que muitas vezes já colaborou com o crescimento pessoal e profissional de seus alunos?

Mas como nem tudo são flores, por diversas vezes você pode ter visto esse mesmo profissional da educação ter sido insultado por um colega de classe, ou até mesmo ter sido agredido fisicamente durante o exercício de sua profissão. E o que desencadeia tais agressões? Por qual motivo um aluno se dirige a um professor com ameaças e em casos extremos acaba agredindo fisicamente aquele que está ali para ensinar algo que será útil na vida do aluno?

Segundo o portal Nova Escola (novaescola.org), o Brasil lidera o ranking de violência contra professores, onde dos mais de 100 mil docentes ouvidos, 12,5% afirmaram ter sido vítimas de agressão verbal por parte de seus alunos 
os dados são de uma pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A violência em um ambiente escolar pode ser desencadeada a qualquer momento e de diversas formas, desde ataques de ódio com ameaças, insultos e preconceitos, às vezes partindo para situações de agressão física, onde também a integridade psicológica do profissional de educação, e também do aluno, podem ser gravemente afetadas.

Fatores externos ao ambiente escolar como a violência e precariedade no local onde o aluno vive, devem ser considerados quando falamos sobre seu modo de agir diante de um profissional de educação. Além disso, fatores como a rotina estressante de boa parte da população brasileira, consequentemente dos professores e alunos em seu dia a dia, alimentam ainda mais o curto pavio que motiva os casos de agressão.

Em comunidades onde a violência está presente no dia a dia do aluno, as chances de violência contra um professor ou professora é ainda maior, considerando que o ser humano tem grande influência em suas atitudes conforme o meio em que vive.

De acordo com o IBGE, no Brasil 6% da população vive em comunidades periféricas, onde mães e pais se desdobram para gerar o sustento de suas famílias e muitas vezes precisam deixar os filhos sozinhos durante o horário de trabalho, sujeitos a irem para as ruas tendo como vitrine o tráfico ou outras formas de violência. Sendo assim muitos jovens acabam encontrando nas ruas um modo de ver e viver, de forma grosseira e até mesmo de forma defensiva já que estão propensos a sofrer ataques e preconceitos na área onde moram. Levando esse modo de agir para dentro da sala de aula e algumas vezes para dentro de suas próprias casas.

Perguntado sobre a pressão psicológica de se lidar com uma sala de aula com diversos alunos e ideologias diferentes, o professor Matheus Cursino, da cidade de Itaperuna (RJ), avalia o sistema educacional brasileiro:

 
"O sistema brasileiro de ensino peca quando vemos que cerca de 1,7 milhões de jovens entre 15 e 17 anos estão fora da escola. Sua captação não é 100% efetiva, pois vemos que muitos alunos hoje, se quer não têm acesso ao ambiente escolar".  Cursino também cita que o que desencadeia os ataques contra os profissionais de educação é como o aluno é tratado em casa, muitas vezes interfere no entendimento do aluno em um espaço com regras. Visto que o aluno é chamado a atenção no ambiente escolar e não aceita e rebate, isso pode ser resultado da forma com que o aluno é tratado em casa. "
 
Já a professora Geovana Pereira, diz: "O Sistema brasileiro de Ensino vem superando os desafios e prova que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) está realmente presente  e a procura de um ensino de qualidade para todas as instituições e faixas etárias".


Quando perguntada sobre a captação efetiva das escolas em seu público alvo, crianças e adolescentes, Geovana complementa: "A captação está sendo bastante efetiva, na atualidade as escolas possuem projetos para proporcionar um ambiente prazeroso e com qualidade, sendo os alunos acolhidos por toda a gestão pedagógica".

Sobre a segurança nas escolas e o que pode ser feito para que o ambiente seja mais seguro e atrativo para a comunidade em que está inserida, Geovana Pereira prossegue: 

 

"Todas as escolas são construídas visando segurança e bem estar do desenvolvimento dos alunos, portanto, a comunidade se faz presente para que em conjunto seja um ambiente seguro e atrativo. Nas escolas também existem protocolos de segurança e projetos para visar a qualidade de ensino".


Segundo o Censo Escolar do Governo Federal existem cerca de 179.533 escolas públicas e privadas de Educação Básica no Brasil. Dados da revista Educação Pública citam quem pelo menos 81% dos estudantes e 90% dos profissionais de educação já souberam de casos de violência em suas escolas. Sendo que as ocorrências mais frequentes de violência envolvem bullying, agressões verbais, físicas e atos de vandalismo.
Ou seja, a violência na comunidade escolar infelizmente é retrato de uma sociedade genuinamente violenta em boa parte do país.

 

Matheus Cursino ainda cita que: "Projetos como o Aprender+, aulas de música, esportes, reforço escolar, dentre outras atividades poderiam ser oferecidas de forma gratuita e integral, fazendo com que o aluno ficasse mais tempo na escola, tendo em vista que o espaço escolar se tornaria mais atrativo". 


Geovana Pereira, que leciona em Taboão da Serra no estado de São Paulo, complementa:
 

"A violência com os profissionais da educação vem se destacando cada vez mais e isso nos assusta como profissionais da área e para a nossa segurança as estratégias contra esses ataques devem ser revistos, pois o que desencadeia essas ações são bullyings, famílias desestruturadas, convívios com drogas e bebidas. Tanto os alunos devem respeito aos profissionais do âmbito escolar quanto os profissionais para com os alunos, caberá a instituição projetar as medidas para que isso não ocorra. Podendo ser oferecido preparos maiores para os profissionais e até mesmo para os alunos para que essas situações sejam controladas."


O Brasil tem tudo para ser um país referência no que diz respeito a educação básica. Mas isso começa desde os primeiros passos da vida escolar da criança passando por projetos de inclusão social e colaborando assim com a formação de verdadeiros cidadãos de bem, que respeitem, de fato, seus professores e todos aqueles que agem em prol de seu desenvolvimento.


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »