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16/05/2022 às 22h30min - Atualizada em 16/05/2022 às 22h00min

Jovens e o uso excessivo de games: normal ou um problema a ser investigado?

Recente estudo do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo acendeu discussões sobre o tema

Bianca Lourenço - labdicasjornalismo.com
Em um recente estudo feito por pesquisadores do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (USP), foi abordado a temática trazendo dados de suma importância para o assunto. De acordo com o estudo publicado na revista National Library of Medicine, foi possível concluir que 28,17% dos jovens brasileiros usam os videogames em excesso. O percentual é relativamente maior quando observamos a média mundial, sendo ela de 19,3%. É informado também que 28% desses jovens se enquadram nos critérios do Transtorno de Jogo pela Internet (TJI), que foi classificado como doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A pesquisa também indica que 57% do total de participantes joga como uma maneira de escapar da realidade que os cercam e o estudo traz o alerta para investigar maneiras de prevenção do abuso dos jogos antes de tornarem-se um problema maior e que possa ser mais difícil de contorná-lo.

Mas até aqui, você deve estar se perguntando: qual o perfil desses jovens? Há um padrão? Quais são as motivações para esse excesso? Bem, com o estudo, foi observado que em sua maioria, esses jovens são do gênero masculino, vítimas de bullying, ou até mesmo praticantes, e usuários de álcool e drogas. E é importante lembrar que não é uma regra e sim características observadas pelos pesquisadores.

Esse uso indiscriminado dos jogos não afeta somente esses jovens, mas também as pessoas que convivem com eles, desde família até os colegas e professores de escola; a relação entre os indivíduos fica cada vez mais difícil pois a tendência é que o jovem se isole, dando prioridade ao mundo dos games e não se interessando pelas coisas e pessoas a sua volta. O que é altamente nocivo pois o adolescente não desenvolve suas capacidades de relacionamento, comunicação e interação.

Para contornar o problema, o ideal é que seja incentivado um uso moderado, com período estabelecido para que não prejudique nenhuma outra área da vida de jovem, principalmente nos estudos. É legal observar também a visão que alguns pais têm sobre os games: não é porque o jogo é em inglês ou tenha algum mínimo detalhe de incentivo ao aprendizado, que seja benéfico ser utilizado por horas a fio.

Para ajudar os pais que não conseguem ver muitas alternativas para contornar o problema, pode ser necessário a busca por um profissional de saúde mental para que seja abordado de forma clínica e precisa o caso e que possa ter a devida abordagem individualizada.

Lembrem-se: é importante observar os filhos, ouvi-los e compreendê-los. Será necessário paciência, vontade e empatia durante o processo. Uma dica para ajudar a contornar o vício, é incentivá-los a ler um livro, conversar e até mesmo brincar pessoalmente com outras pessoas da idade dele e buscar formas de trabalhar o relacionamento com o outro.
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