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01/07/2023 às 16h13min - Atualizada em 01/07/2023 às 15h50min

Influência do “BookTok” no consumo de livros LGBTQUIAPN+

As recomendações feitas por criadores de conteúdo incentivam busca por obras que abordam diversidade

Ramon de Paschoa - Revisado por Flavia Sousa
Livros na sessão #BookTok em livraria (Foto: reprodução Twitter/@desastredastar)

O hábito de leitura teve uma crescente notável desde o início da pandemia de covid-19 para cá. Estudos apontam que a falta de opções de lazer em casa fez com que os jovens mergulhassem de vez no universo literário. Além disso, vale lembrar que esses números se devem a outro fator, a recomendação de obras no TikTok.

 

O aplicativo conhecido por suas dancinhas tem diversos nichos, um deles é conhecido como BookTok, aqui estão presentes os criadores de conteúdos que fazem resenhas sobre suas leituras e também recomendações de diversos gêneros. 

 

Em 2021, um levantamento divulgado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e realizado pela Nielsen BookScan mostrou que houve um crescimento de 33,03% em um período de 11 meses – de janeiro a novembro, em comparação ao ano anterior. 

 

Entre os gêneros mais lidos estão os “Religiosos” – que segue sendo o mais lido no Brasil, logo em seguida os contos de fantasia e romance. É revelado que o topo da faixa etária com mais hábito de leitura está entre os 11 a 13 anos, com 84% e jovens entre os 18 a 29 anos apresentam crescimento de 63% para 72% em um espaço de um ano de pandemia.

 

Os livros mais buscados tem pelo menos algumas características em comum que fazem o público ter preferência por elas, uma delas é a representatividade LGBTQUIAPN+ ou personagem que pertencem a alguma minoria, suspense com plot twist e uma capa com o visual colorido. 

 

“Os Sete Maridos de Evelyn Hugo” de Taylor Jenkins Reid, “Heartstopper” de Alice Oseman e “Vermelho Branco e Sangue Azul” de Casey McQuiston são ótimos exemplos de obras que se encaixam nos requisitos acima. O sucesso é tão grande ao ponto de serem os próximos a receberem uma adaptação em série ou filme para os streamings

 

Brincar com histórias sobre uma estrela da era de ouro de Hollywood ou com membros da realeza ou o primeiro amor são as chaves para o consumo entre os jovens aumentar. Para se ter uma noção, o livro de McQuiston é uma febre em solo brasileiro, apenas em 2021 foi anunciado pela editora Seguinte que mais de 100 mil exemplares foram vendidos e apareceu em nono lugar no ranking de vendas literárias do ano.

 

Essa também é a oportunidade perfeita para que autores nacionais ganhem seu devido reconhecimento. Em sua entrevista ao site IBahia, Clara Alves, responsável pelos livros “Conectadas” e “Romance Real” – que abordam romances que atingem o público LGBTQIAPN+, comenta que foi graças ao BookTok que seus materiais viralizaram. 


A autora diz que “Conectadas”, lançado em 2019, estava vendendo uma quantidade de exemplares que se espera de uma obra nacional: 

 

“Eu não imaginava isso. Sempre falo quando me perguntam sobre o TikTok, que ele transformou o público leitor brasileiro jovem [...] A gente teve um crescimento muito grande de pessoas lendo, de jovens lendo livros com diversidade LGBT”.

Com o aumento de visualizações na rede social, o livro conseguiu vender 20 mil cópias entre 2020 e 2021. A virada de chave fez com que atingisse a marca de 60 mil vendas.


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