Foto: Reproduzida da InternetHá mais de um mês, no dia 2 de junho, Miguel Otávio de 5 anos morreu, ao despencar do 9º andar, em uma altura de 35 metros, segundo a perícia do local. O menino entrou no elevador de serviço, e a patroa de Mirtes, mãe do menino, apertou o botão da cobertura. Minutos depois, Miguel estava caído no térreo.
As câmeras de segurança registraram que o menino estava sozinho no elevador, mas antes foi convencido por Sari a sair, e segundo laudo da perícia criminal, ele estava desacompanhado no momento da queda. Para isso, foi calculado o tempo em que o garoto saiu do elevador e caiu no térreo: 58 segundos.
O laudo pericial foi disponibilizado em entrevista a TV Globo, na última terça-feira (30), 28 dias após o homicídio do menino Miguel. O documento com 82 páginas do Instituto de Criminalística indicou que a criança saiu e entrou do elevador cinco vezes no Edifício Píer Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife.
Vestígios e investigação de um crime
Exemplificado através do Caso Miguel, a identificação de evidências e vestígios são trabalhos do Perito Criminal. É o profissional especializado, que analisa as evidências de um fato, de forma isenta e imparcial, e produz um laudo pericial. Segundo a Interpol, há três métodos para se estabelecer a identidade do cidadão, a primeira é pela análise da impressão digital, seguida do registro da arcada dentária, e análise genética (DNA).
A Perita Criminal Fabinara Dantas, Mestre em Física pela Universidade Federal de Sergipe, atua no núcleo de Balística Forense do Instituto Criminalística e relata que as investigações periciais buscam o esclarecimento da verdade por intermédio de exames periciais. “O objetivo é fornecer elementos de ordem técnico-científica, de modo a permitir a demonstração da materialidade dos fatos e da dinâmica dos acontecimentos.”, afirma.
Ainda segundo a perita criminal, a atividade pericial, vai desde o levantamento dos chamados “locais de crime” até as perícias laboratoriais. “Ao buscar a verdade dos fatos de forma imparcial, os peritos oficiais realizam seus exames com autonomia técnica, científica e funcional, zelando para que estejam alicerçados em elementos objetivos.”, complementa.
Estigma da sociedade ao Perito
Toda investigação conta com a participação dos Peritos Criminais, e os Peritos Legistas. Os profissionais de Médicos-Legistas, atuam no Instituto Médico Legal, local visto por muitas pessoas como um ambiente pesado, sujo e nojento. No entanto, poucos cidadãos sabem que essas áreas se associam uma a outra, e que o IML está subordinado em alguns Estados à Polícia do Brasil.
Ademais, o trabalho realizado pelos peritos legistas está não só relacionado a pedaços do corpo humano, mas são vidas com histórias e sonhos que violentamente foram interrompidos. A atuação dos profissionais é na Polícia Técnica, prestando apoio científico à investigação policial. No entanto, ainda é pouco conhecida pelos indivíduos, pois atuam nos bastidores, sem tanta visibilidade, como os que estão na linha de frente, serviços nas delegacias, em veículos, com armamento e munição.
“A habilidade técnica de manuseio de armas de fogo, é necessário ao perito criminal, independente do porte de arma de fogo. O perito criminal passa por treinamento teórico e prático para desenvolver suas funções periciais, já que grande parte dos homicídios utiliza o emprego da arma de fogo para o cometimento do crime.", explica a profissional Fabinara Dantas, que ressalta que o porte de armas ao perito é um direito estadual, pois alguns Estados já adquiriram o Estatuto do Desarmamento – Lei nº 10.826/2003.
Editora-chefe: Lavínia Carvalho
