Bandeira do Brasil tremulando ao vento. (Foto: Reprodução/Portal EBC)Nos últimos anos houve um aumento muito grande em relação a quantidade de imigrantes vindos para o Brasil. Segundos dados do Relatório Anual do Observatório das Migrações Internacionais, entre 2010 e 2018, o Brasil recebeu cerca de 700 mil novos imigrantes, sendo que os haitianos figuram como a maior nacionalidade registrada.
Em contrapartida, o Censo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2010, estima que haja cerca de 500 mil brasileiros no exterior e que a maior parte deles sejam mulheres, na faixa etária de 15 a 59 anos, geralmente nativas de São Paulo ou Minas Gerais, tendo como principais destinos os Estados Unidos e Portugal.
O brasileiro está bastante descontente com a situação do país, a violência, o desemprego, problemas econômicos, políticos e outros fazem com que os nativos busquem novas oportunidades em países mais desenvolvidos.
A maioria dos brasileiros que deixa o país e opta pelo exterior está em busca de trabalho e estudo de qualidade, como Izamara Marina, mineira que tinha 16 anos quando decidiu morar em Portugal com sua tia. "Porque lá eu teria contato com coisas diferentes e uma forma de ensino diferente, porque lá ao invés de termos todas as matérias, optamos no início do 10° ano se queremos ir pro curso de línguas e humanidades, ciências e tecnologias, artes ou outro curso que esteja disponível na escola", contou ela.
Até mesmo profissionais já formados estão encontrando dificuldades para se encaixar no mercado de trabalho brasileiro, há um grande descontentamento com o futuro do país. Como resultado, essas pessoas acabam optando por deixar o Brasil, como é o caso de Andressa Aricieri, jornalista de 22 anos que é ítalo-brasileira e antes de se mudar para a Itália, morava no litoral de São Paulo. “Bom, eu sempre quis morar fora do Brasil e a primeira oportunidade que eu tive eu agarrei. Infelizmente eu não tenho mais tanta perspectiva de crescimento para o Brasil e isso, majoritariamente, foi o que me fez sair. Não quero estar em um país que não me dê perspectiva de futuro”, disse Andressa sobre a decisão de mudar.
Cada país tem as suas peculiaridades, e cada indivíduo se sente atraído por outro país justamente por conta disso. Andressa pontuou as diferenças que observou entre a Itália e o Brasil. “A Itália é um Brasil um pouco melhor em questão de economia e oportunidades. As diferenças maiores mesmo eu vi nos preços das coisas de supermercado (que com 80€ dá para fazer uma boa compra), os meios de transporte público que são ótimos e a segurança para andar na rua”, destacou.
Embora muitos brasileiros se sintam atraídos por outros países, o Brasil tem abrigado muitos imigrantes e tem uma grande importância no cenário mundial, é um país que acolheu muitas pessoas, como aqueles que procuram melhores condições de vida, de trabalho, ou possuem necessidade de sobrevivência em decorrência das guerras. Rama Ali, moradora de São Paulo, estudante de 18 anos, e refugiada da Síria, e segundo ela, muitos motivos fizeram com que sua família escolhesse o Brasil como refúgio. “O amor e o carinho de todas as pessoas, quando me recebem com braços abertos! Porque não tem preconceito e sempre gostam de fazer amizade e isso me deixa feliz”, relatou a imigrante.
Apesar dos inúmeros problemas relacionados a saúde, economia, educação e outros, a maioria dos imigrantes se sentem apaixonados pelo Brasil, como contou Sara Martins, estudante de 19 anos. “No começo a adaptação foi complicada, porém se tornou mais fácil graças às pessoas, o povo é muito acolhedor, muito comunicativo, e eu acho que foi a primeira coisa que me agradou, porque essas pessoas me fizeram sentir em casa. Mas gostei de tudo, cultura, pessoas, comidas”.
A imensa diversidade cultural no Brasil é o resultado da miscigenação de diversos grupos étnicos, e por isso é possível encontrar inúmeras culturas pelo país, e essa grande variedade atrai e abriga muitas pessoas, nascidas ou não aqui.
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