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21/02/2021 às 16h36min - Atualizada em 21/02/2021 às 16h24min

Arquitetura sustentável: sociedade, economia e meio ambiente

Veja como um projeto de arquitetura sustentável pode contribuir não só com o meio ambiente, mas também com a economia e o bem estar social

Larissa Campos - Editado por Camilla Soares
Painel solar sobre o teto de uma casa - Imagem por: Photo Mix/Pixabay
Com a participação de cerca de 15% do PIB (Produto Interno Bruto), o setor de construção civil é um dos principais responsáveis pelos impactos ambientais no Brasil. Segundo dados do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, a construção e a manutenção da infraestrutura do país consomem até 75% dos recursos naturais extraídos, 21% da água das cidades e gera 80 milhões de toneladas de resíduos por ano.

Por isso, a busca por projetos sustentáveis está se tornando cada vez maior. De acordo com relatório do Green Building Council Brasil (GBC), o Brasil é o quarto país no ranking de certificações verdes, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes Unidos.

É nesse contexto que surge a arquitetura sustentável, pensada com o intuito de proporcionar construções que alterem de forma mínima o meio ambiente no qual está inserida, isto é, colocando fatores ambientais em consideração.
 

“A arquitetura sustentável é aquela que busca o máximo de sustentabilidade e eficiência em todo o ciclo de vida da edificação, ou seja, construção, uso, manutenção e demolição”, explica Guthierry Barbosa – bioconstrutor, estudante de arquitetura e membro do projeto Arquiteto Verde.


Segundo Barbosa, os benefícios para quem opta por esse tipo de construção são diversos. Dentre eles, se destacam:  
 
  • Redução do custo a longo prazo e dependência de fontes tradicionais de energia;
  • Redução do consumo de energia e desperdício;
  • Proteção do ecossistema e biodiversidade ambiental;
  • Melhora da qualidade do ar e da água;
  • Melhora na condição de vida, saúde e conforto dos habitantes;
  • Conservação e restauração dos recursos naturais;
  • Valorização do imóvel;
  • Minimiza a demanda na infraestrutura de serviços públicos locais.
 
Processo de elaboração

A arquiteta e urbanista Fernanda Itkes, dona da página “Arquitetando a Terra”, explica que o processo para elaboração de um projeto sustentável é extenso, pois além do procedimento normal de planejamento, deve-se levar em conta algumas etapas a mais, como quais processos são produzidos e os materiais utilizados na construção (se gera muitos gases poluentes ou são compostos por materiais tóxicos para o ambiente), tendo cuidado com os resíduos em obra, no qual é necessário evitar o excesso de quantidade e encaminhar cada material para seu respectivo descarte.

Além desses aspectos, Guthierry destaca alguns outros fatores que acabam norteando um projeto sustentável, como: avaliar o impacto para o meio ambiente em toda e qualquer decisão tomada; promover fontes alternativas com ênfase em eficiência energética; redução do consumo de água; promover uma boa qualidade ambiental interna e utilização da arquitetura bioclimática.

Desafios para a implementação

Fernanda declara que existem dois principais desafios para a implementação de uma arquitetura sustentável: a barreira no conhecimento dessa arquitetura, na qual muitos profissionais e clientes não conhecem ou receiam implantar medidas por acharem que pode ser um processo difícil e de alto custo e o acesso a esse tipo de projeto, que pode ser impedido pelo valor da obra.

Já Guthierry afirma que o principal desafio para implementação é manter o foco de que todas as medidas implementadas sejam traduzidas em economia. “O arquiteto precisa saber, de antemão, em quanto tempo os investimentos realizados vão começar a dar retorno para o cliente. Assim como, esse profissional precisa conhecer soluções de menor impacto ambiental, com o intuito de encontrar as melhores soluções para cada projeto, aproveitando os pontos positivos de cada contexto”, explica o bioconstrutor.

Custos

O custo para uma arquitetura sustentável pode variar de acordo com cada projeto. Para Fernanda, o custo pode ser mais alto no início, podendo assustar alguns clientes, mas é necessário olhar como um benefício a longo prazo. “É um projeto que a longo prazo traz muitos benefícios como a diminuição no gasto energético e economia de água. Além de ser um projeto valorizado no mercado imobiliário”, afirma a arquiteta.

Por outro lado, Guthierry declara que a aplicação de soluções sustentáveis na construção não acarreta um aumento de preço, principalmente quando adotadas durante as fases de concepção do projeto e que podem até, em alguns casos, reduzir os custos da obra.

Futuro sustentável

Com os impactos ambientais sendo cada vez mais discutidos, a pauta sustentável vem ganhando força e visibilidade, fazendo com que a sociedade se torne mais crítica em relação aos próprios hábitos.

Para Guthierry, a preocupação com uma vida mais sustentável está se tornando um caminho sem volta. “Acredito que se quisermos continuar a habitar nas grandes cidades e nos núcleos rurais, utilizando recursos naturais para sobrevivermos, gerarmos energia, comida e outros itens fundamentais à subsistência, precisamos agir e pensar de forma mais sustentável”, completa.

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