28/05/2021 às 04h29min - Atualizada em 28/05/2021 às 03h50min
Vacina contra asma apresenta eficácia e deve ser testada em humanos
Seis semanas após a primeira injeção, 90% dos camundongos mostraram altos níveis de anticorpos
Carlos Germano - Editado por Manoel Paulo
IstoÉ, Revista Galileu e Veja.
Crédito: Reprodução/Unsplash Um estudo publicado na revista Nature, neste mês de maio, mostrou resultados bem-sucedidos de testes pré-clínicos para uma vacina que combate a asma. A pesquisa está sendo conduzida pelo Instituto de Doenças Infecciosas e Inflamatórias de Toulouse, pelo Instituto Pasteur e a empresa de biotecnologia Neovacs, todas localizadas na França.
Quando o ser humano é exposto a alérgenos (substâncias que causam a reação alérgica), o organismo começa a produzir as proteínas IL-4 e IL-13, que geram uma reação exagerada nas vias aéreas, com a produção em excesso de muco (secreção natural). Portanto, é isso que acontece nos casos de asma alérgica. Para preveni-la, é necessário controlar a produção dessas duas proteínas.
Os resultados em roedores apontaram que a vacina induz a produção de anticorpos direcionados contra as IL-4 e IL-13. Seis semanas após a primeira injeção, 90% dos camundongos apresentaram altos níveis de anticorpos, que ainda foram observados em 60% dos roedores mais de um ano após a aplicação. Além disso, não foi observado nenhum tipo de efeito colateral nos animais.
Na próxima etapa do estudo, a vacina deve ser aplicada em humanos com o objetivo de testar a segurança desse imunizante. “A ideia é estabelecer no futuro uma abordagem preventiva para populações em risco de desenvolver uma forma grave de asma”, disse o pesquisador do Instituto de Doenças Infecciosas e Inflamatórias de Toulouse Laurent Guilleminault ao jornal francês La Dépêche.
Estima-se que a asma afete cerca de 340 milhões de pessoas pelo mundo. A doença, também é conhecida como “bronquite asmática” ou como “bronquite alérgica”. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 80% das mortes relacionadas a ela acontecem em países subdesenvolvidos.