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16/07/2021 às 15h05min - Atualizada em 16/07/2021 às 13h06min

Prática de mindfulness melhora a qualidade do sono e traz benefícios às crianças

Segundo pesquisa, a técnica fez com que as crianças desenvolvessem mais de uma hora de sono extra por noite

Isabella Baliana - Editado por Manoel Paulo

O novo estudo realizado por pesquisadores em São Francisco (EUA) revelou que crianças de oito a dez anos que participaram de treinos de mindfulness duas vezes por semana passaram a dormir 74 minutos a mais durante a noite, sendo que, desse tempo, 24 minutos eram do estágio conhecido como REM (Rapid Eye Movement, na sigla em inglês), fase do sono na qual ocorre a consolidação dos aprendizados e da memória no cérebro.

 

A pesquisa, publicada no periódico científico Journal of Clinical Sleep Medicine, contou com a participação de mil crianças, que foram divididas em dois grupos, conforme a localização da escola em que estudavam. Em um grupo, não foram realizadas as atividades de mindfulness. Já no outro, as crianças praticavam a técnica em suas aulas de educação física. Dentro de três meses após o início do teste, as horas de sono extra já puderam ser registradas pelos pesquisadores, que também constataram que quanto maior a participação da criança nas técnicas de mindfulness, melhor a qualidade de seu sono. 

 

O mindfulness, ou, em tradução livre, “atenção plena”, ficou muito conhecido durante a pandemia devido ao aumento da procura pelo cuidado da saúde mental por várias pessoas durante esse período conturbado e pode ser definido por um conjunto de técnicas práticas, que tem o objetivo de tornar a mente mais desperta, saudável e focada no tempo presente, permitindo que estejamos plenamente conectados ao que estamos fazendo, vivenciando ou sentindo naquele momento. 



 

Assim, a técnica do mindfulness é composta de várias práticas, classificadas em formais e informais. A meditação, diferentemente do que alguns pensam, não é sinônimo de mindfulness, mas sim uma das práticas “formais” que podem ser realizadas, pois é a forma de executar os exercícios atencionais. Já as práticas “informais” são aquelas em que se usa intencionalmente o estado de mindfulness nas atividades do dia a dia, como por exemplo, estar com “atenção plena” durante as refeições, estudos ou trabalho. 

 

Conforme a pedagoga, educadora emocional e instrutora de yoga Ana Karina Salles Rillo explica em entrevista ao portal Folha da Região, a técnica pode beneficiar principalmente as gerações mais novas, ao diminuir a ansiedade, ajudar na concentração e ensinar a lidar com as questões emocionais em épocas instáveis.

 

“Exercitar essa atenção pode melhorar e muito a nossa qualidade de vida, pois em grande parte do tempo do nosso dia a mente fica vagueando pelo futuro ou passado – o que pode gerar ressentimento ou ansiedade –, roubando nossa capacidade de estar no momento presente. E, nesta fase de pandemia, isso acaba sendo importante para as crianças”, conta. 

 

A prática de mindfulness pode ser propícia também aos jovens e adultos, principalmente no cenário de um mundo cada vez mais acelerado e dinâmico, com ações realizadas no automático e pouco tempo para aproveitar o momento. Segundo o médico especialista no assunto, fundador e atual coordenador do Mente Aberta – Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde, Marcelo Demarzo, “em 47% do tempo, aproximadamente, a gente não está presente no que está fazendo. Estamos fazendo alguma coisa e a mente tá em outro lugar. Estou trabalhando, mas pensando no que fiz ontem, ou no que vou fazer amanhã. Então, treinar esse estado mental (de mindfulness) nos ajudaria muito a sair desse estado de desatenção plena que a gente vive no dia a dia”, constata.   

 

Desta forma, ao dar espaço e adquirir consciência sobre pensamentos, sensações e emoções, trabalhando o foco e disposição no momento que está sendo vivido com menos distrações, ocorre o aumento de produtividade e eficiência no ambiente de trabalho, bem como nos afazeres diários, melhorando, assim, a qualidade de vida como um todo.

 

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