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15/06/2019 às 13h26min - Atualizada em 17/06/2019 às 09h00min

Moda vegana: duas correntes de opiniões divergem sobre os benefícios da moda vegana

Após os ideais veganos surgirem no mundo da moda, profissionais de grifes famosas discordam sobre os reais benefícios que a moda vegana traz para o meio ambiente e os animais.

Danúbia Suzanny - Editado por Larissa Barros
Foto: reprodução/internet

Após o veganismo atingir de fato um grande número dentro da gastronomia, a onda cruelty-free invadiu também a moda, mudando a forma de produção de roupas e incentivando o uso de material sintético ao invès da pele animal, para assim criar uma nova ideia de moda sustentável e consciente com os animais e o meio ambiente.

 

No entanto,  ao mesmo tempo em que marcas famosas se renovaram a partir desse ideal, muitos especialistas e profissionais de moda e do meio ambiente dissertam teses de que o veganismo não é totalmente sustentável.

 

O que é o Veganismo

 

A ideologia vegana é baseada nos Direitos dos Animais, criado pela UNESCO, motivada por convicções éticas que os defendem de qualquer tipo de exploração e abuso dos animais para a confecção de roupas, calçados, produtos de beleza e até mesmo para alimentação. Na moda, o couro, a seda e a lã, por exemplo, são matérias-primas que os veganos não compram.

 

Desde 2001, o estilista Amauri Caliman produz peças sustentáveis e responsáveis ecologicamente, mas nunca chamou muita atenção no mercado consumidor. O grande marco que fez muitos estilistas darem atenção ao movimento foi a grife italiana Prada anunciar que não usará pele de animais em suas confecções, juntando-se assim ao simbólico número de grifes famosas e mais cobiçadas no mundo da moda como Giorgio Armani, Gucci, Burberry, Versace, Michael Kors e Ralph Lauren.

 

"A moda vegana é uma hipocrisia, não acredito", afirmou  Alejandro Gómez Palomo, estilista e criador da marca Palomo Spain, em uma entrevista para à Agência Efe. Além disso ele disse que desde o começo utiliza tecidos de origem animal porque considera ser mais ecológicos.

 

"Uma marca ser vegana não significa que seja sustentável", especificou o estilista, pois para ele os produtos sintéticos que são criados como uma saída para o uso de pele artificial e o poliéster são mais poluentes e podem acabar parando nos oceanos.

 

Peça da coleção Outono-inverno 2019 da Palomo Spain. As peças da coleção foram feitas com tecidos valiosos como seda, lã, tafetá, veludo e caxemira e moiré. foto: reprodução/instagram.

 

A estilista Stella McCartney, por exemplo, decidiu não utilizar materiais de origem animal em suas coleções. Ela, no entanto, utiliza fibras sintéticas que, em algumas ocasiões, são prejudiciais ao meio ambiente, especialmente ao hábitat dos animais.

 

Tênis com couro Vegano da coleção da Stella McCartney. Foto: reprodução/instagram.

 

A crítica também parte ao encontro de que marcas que se fazem adeptas da moda vegana, são mais caras e nem tão em conta para todos de forma igualitária.

"O veganismo é um luxo de milionários", disse Silvia Soler González, que afirmou que se vestir com fibras naturais de origem vegetal é complicado e muito caro.

 

Com essa discussão acirrada de ambos os lados, resta a cada um decidir qual estilo de vida aderir e pensar consciente de acordo com cada modo de agir e viver. Ler etiquetas, pesquisar sobre o produto a ser comprado e buscar investir naquilo que mais interessa seu gosto pessoal, pensando sempre no futuro e em como seu planeta reagirá às suas ações futuramente.

 

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