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01/10/2021 às 11h40min - Atualizada em 01/10/2021 às 11h09min

Empresa pretende trazer mamutes de volta à vida

O plano ambicioso é da startup norte-americana Colossal. Caso tenham sucesso, eles esperam aplicar a novidade em espécies que existem atualmente, mas que estejam ameaçadas de extinção

Carlos Germano - Editado por Manoel Paulo
*Com informações do G1, Hypeness, O Tempo, Superinteressante e Tilt Uol
A empresa norte-americana Colossal, anunciou no último dia 13 de setembro, que vai investir 15 milhões de dólares, cerca de R$78 milhões, para trazer o mamute-lanoso de volta à vida. Para recriar o animal extinto há cerca de 10 mil anos, os pesquisadores planejam usar parte do genoma do elefante-asiático.

O plano ambicioso é ideia de Ben Lamm, um empresário de tecnologia e software, e George Church, geneticista pioneiro na abordagem sobre edição de genes e professor de genética de Harvard. Caso tenham sucesso na pesquisa, eles pretendem levar centenas deles para a Sibéria, habitat original do mamute, no bioma tundra.

 

Eles destacam que trazer o mamute-lanoso representa não só um grande avanço para a ciência na possibilidade de reverter o cenário de espécies extintas, mas também uma forma de combater as mudanças climáticas.

"Embora o mamute-lanoso não esteja vivo andando pelas tundras, o código genético do animal está quase 100% vivo nos elefantes-asiáticos de hoje. Precisamente, os dois mamíferos compartilham uma composição de DNA 99,6% semelhante", defendem os cientistas.

Para desenvolver a pesquisa, os responsáveis irão criar embriões utilizando células retiradas da pele de elefantes-asiáticos e, em laboratório, irão reverter os estágios dessas células até que se tornem células-tronco, que são células mais versáteis e que carregam o DNA dos mamutes.

 

Células específicas responsáveis pela caracterização das peles, presas, camada de gordura e outras características que fazem os mamutes adaptáveis às regiões mais frias do globo serão identificadas a partir da comparação com o genoma extraído da carcaça de mamutes recuperados no permafrost -nome dado à camada permanentemente congelada abaixo da superfície da Terra.

Caso esses processos sejam bem-sucedidos, os embriões serão levados para uma barriga de aluguel ou um útero artificial, onde serão gestados. A gestação de um elefante, caso se desenvolva sem problemas, dura 22 meses.

A presença do mamute pode ajudar o meio ambiente

De acordo com Church, a presença dos mamutes poderia ajudar o meio ambiente. A tundra da Sibéria e da América do Norte está dominada por musgo e tem sofrido um processo de aquecimento global e emissão de gás carbônico. Há milhares de anos, era uma grande pastagem, pois os mamutes atuavam como engenheiros, quebrando o musgo, derrubando árvores e fertilizando a terra.

O mamute é apenas o começo

Segundo a Colossal, o objetivo da empresa é reverter a perda da biodiversidade e a extinção de espécies resultantes da degradação acelerada do meio ambiente causada pelo homem através da “reintrodução de espécies animais e vegetais que desempenharam papéis ativos na preservação de alguns dos ecossistemas mais benéficos para o clima da Terra. Muitos dos quais desapareceram completamente hoje”. Portanto, os pesquisadores também esperam aplicar a novidade em espécies que existem atualmente, mas que estejam ameaçadas de extinção.  

“Combinando a ciência genética com descobertas, nos dedicamos a retomar os batimentos cardíacos ancestrais da natureza, para ver o mamute-lanoso nas tundras novamente”, diz o texto. “Para avançar as economias da biologia e cura através da genética, para fazer a humanidade mais humana, e para despertar as vidas selvagens perdidas da Terra para que nós e o planeta possam respirar mais facilmente”, afirma o site, sugerindo que a tecnologia de reconstrução do DNA pode ser aplicada sobre outros seres e plantas desaparecidas da fauna e da flora do planeta.


 
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