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03/11/2021 às 00h00min - Atualizada em 03/11/2021 às 00h01min

Sexo na Terceira Idade: até quando é saudável fazer?

Sexo na melhor idade pode ser bem mais interessante

Nicole Duarte - Editado por Júlio Sousa
Veja
Se você acha que terceira idade é sinônimo de assexualidade, você está muito enganado. Nos dias de hoje, há relatos de homens e mulheres sexualmente ativos aos 90 anos. Tabu durante muito tempo até mesmo entre os especialistas, a ideia de que a menopausa e a dificuldade de ereção marcavam o fim da vida e do interesse sexual acabou. Médicos, sexólogos e outros especialistas garantem que o sexo na velhice pode ser ainda melhor. 

Confira a entrevista com três profissionais que dão sua sua opinião sobre o caso e compartilham um pouco do seu conhecimento:

 
“Não existe idade limite! O que pode limitar são algumas condições de saúde, mas quando bem orientando pelo médico pode-se ter uma vida sexual segura em qualquer faixa etária.” Comenta a Dra. Gabriela Costa (@dra.gabrielacostalima), formada pela PUC-PR 2014.
 
“É possível manter uma vida sexualmente ativa, mas talvez sejam necessárias algumas adaptações. No homem, o processo de ereção provavelmente terá alguma mudança com o envelhecimento, mas é possível que ele aceite esse fato e se adapte, e busque outras formas de experimentar e de se satisfazer sexualmente”. Diz a sexóloga Mariana Oliveira (@sexologiaemdiálogo), psicóloga e sexóloga, com capacitação em Terapia Sexual e especialização em Sexologia Aplicada.
 
“Apesar de alguns terem limitações físicas, o desejo psíquico continua e na terceira idade pode ser até mais forte já que se tem tempo de qualidade. Sexo não tem idade ou prazo de validade. E é importante para os idosos estimularem a libido e gerar prazer para o corpo, aumenta a autoestima, a disposição, melhora a qualidade de vida e de humor principalmente entre o casal.” Fala a sexóloga Sirleide Stinguel (@sirleidestinguel), Sexóloga pós graduada em terapia sexual na saúde e educação.

Os homens são os mais beneficiados, com uma diversidade de remédios que estimulam a ereção. Cerca de 70 milhões de prescrições do Viagra, o mais antigo medicamento de sua categoria, já foram emitidas em todo o mundo. As mulheres podem recorrer à reposição hormonal e a cremes. São avanços notáveis. “Um homem e uma mulher de 70 anos podem ter hoje uma qualidade no relacionamento sexual semelhante ao que mantinham aos 50 anos”, diz a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da USP.

“O sexo é tabu em qualquer idade, na velhice mais ainda. A ideia de que o idoso é inativo em todos os campos da vida, inclui a sexualidade e a vida afetiva. Sexo vai além do corpo. É necessário que as pessoas compreendam e saibam ressignificar o espaço da afetividade e do amor romântico na terceira idade”, expôs a geriatra Gabriela Costa.

“Recomendo que mantenham sua saúde geral e íntima em dia. Aconselhem-se com seus médicos e pratiquem sexo com segurança. O número de pacientes idosos contaminados com HIV é crescente nas últimas décadas, isso reflete o aumento da prática de sexo nessa faixa etária, mas também, uma falta dos cuidados apropriados”, continua a doutora.





“É importante cuidar da saúde física, ter um acompanhamento médico, uma boa alimentação e manter a prática de atividades físicas. E cuidar da saúde psicossocial também, zelar pelas relações, sejam elas amorosas ou não. O uso de bebidas e cigarro, e o sedentarismo é prejudicial para a saúde como um todo, inclusive na sexual.” Conta a sexóloga Mariana Oliveira.

A vida sexual longeva, porém, é conquista recente. Ela está associada às mudanças morais da sociedade, especialmente em relação às mulheres. Até pouco tempo atrás, era comum, aos primeiros sinais do envelhecimento do corpo, elas deixarem de procurar um parceiro. Com a menopausa, o estrógeno diminui drasticamente, atingindo o desejo e a lubrificação. No corpo masculino, a produção da testosterona, o hormônio sexual, começa a cair aos poucos a partir dos 40 anos, mexendo na libido e na ereção. A medicina hoje, contudo, é capaz de driblar parte dos problemas.

“Brinquedos eróticos e cosméticos sensuais podem estimular a relação sexual na terceira idade e claro o que desperta o gatilho de desejo de cada um como filmes, livros e lugares diferentes. Para aqueles que querem manter uma vida sexual ativa, eu indico sempre manter o diálogo aberto, procurar inovar nas sensações de prazer, fazer exercícios íntimos e estimular o desejo.” Salienta a sexóloga Sirleide Stinguel.

A atividade sexual, não há dúvida, prolonga a vida. O hábito regular, seja na frequência que for, eleva os níveis de hormônios, como a oxitocina, que ajudam a reduzir o stress, e aumentam os níveis de imunoglobulinas, responsáveis pelo combate a infecções.


Pelas ruas do Reino Unido
 
Em abril de 2021, as ruas do Reino Unido foram tomadas por centenas de imensos painéis com fotos em preto e branco expondo cinco casais nus, em situações sensuais. Eles mostram beijos ardorosos, mulheres insinuando o prazer da masturbação e homens em abraços íntimos. Não fariam muito barulho, em cidades que aos poucos retomam a rotina da pandemia controlada, não fosse a idade dos personagens, dos 65 aos 80 anos.
A campanha, chamada de "Vamos Falar sobre a Alegria do Sexo na Terceira Idade", foi criada pela ONG britânica Relate em parceria com a agência de publicidade Ogilvy.      

A agência Ogilvy UK, de Londres, cujo Chief Creative Officer é o famoso publicitário pernambucano André Laurentino, lançou uma campanha no Reino Unido que deu o que falar. As fotos e filmes são do famoso fotógrafo inglês Rankin.

 

Confira algumas fotos:






 
“É preciso entender que a velhice está próxima do fim da vida, mas ela não significa o fim da vida. Ainda é possível desenvolver interesses e habilidades. E quanto mais ativo esse idoso estiver, melhor será para a sua saúde como um todo”. Finaliza a sexóloga Mariana Oliveira.

 
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