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20/11/2021 às 13h35min - Atualizada em 20/11/2021 às 12h07min

O primeiro Neuroprotetor do mundo pode sair da Amazônia

Estudos com derivados da Flor Amazônica estão na fase final na UFOPA em Santarém

Rafaela Moreira - Editado por Ynara Mattos
Walace Gomes Leal, Doutor em neurociência, Universidade do Oeste do Pará (UFOPA), Universidade Federal do Pará (UFPA)
Medscape
O AVC (Acidente Vascular Cerebral), é um problema em vasos sanguíneos do cérebro, principalmente artérias. Ele pode ser Isquêmico quando o vaso é obstruído por um trombo (uma massa estacionária), ou Hemorrágico, quando o vaso se rompe. O AVC  Isquêmico é o mais comum, perfazendo mais de 80% dos casos. Os sintomas de um AVC são muitos, podendo variar de acordo com o local do cérebro afetado. Esses sintomas podem incluir cefaleia, paralisia muscular, dormência, confusão mental, problemas na fala e sintomas mais complexos como: esquecer o significado de um objeto, perder a capacidade de realizar atos motores usuais, como abotoar a camisa, problemas na fala ou na linguagem.

O pesquisador e  doutor em neurociência, Walace Gomes Leal. Há dez anos iniciou estudos, baseado na medicina popular e acredita estar com 90% da pesquisa concluída. O pesquisador está analisando plantas da Amazônia visando produzir o primeiro Neuroprotetor do mundo que poderá tratar o acidente vascular cerebral. Walace, mora em Santarém -PA, onde a análise das plantas estão sendo realizadas no momento.

 
Walace afirma ter encontrado pelo menos três Neuroprotetores naturais derivados da flora Amazônica que podem tratar o AVC, que ocorre quando há obstrução de uma artéria que impede a passagem do oxigênio células cerebrais.  Verificamos que elas têm realmente uma capacidade Neuroprotetora, ou seja, protegem o cérebro e diminuem a neuro inflamação após a lesão. Nosso laboratório usou o método científico para investigar esse relato popular e em animais de experimentação nós temos excelentes resultados. Vimos que o extrato supercrítico de  gergelim preto, uma das plantas testadas, possue poder de proteger o cérebro contra o AVC.  

O pesquisador enfatiza "Não existe um neuroprotetor no mercado, apenas um Trombolítico, que atua na dissolução de um trombo ou coágulo sanguíneo, já aprovado nos Estados Unidos, que infelizmente tem uma janela terapêutica e cura muito estreita, ou seja, uma pessoa para poder usar o trombolítico na veia para dissolver o coágulo que está obstruindo o vaso sanguíneo tem que chegar de quatro a seis horas no hospital depois do AVC. Se ela chegar após essas seis horas o hospital não pode usar o trombolítico. Na prática o medicamento não é muito usado, porque na geralmente os pacientes chegam após essas horas, pensando em ter outra solução que atenda pessoas que demorem ou não tenham acesso para chegar a tempo para ter o atendimento. Está sendo produzido o primeiro  Neuroprotetor do mundo para pratar AVC.

A busca pelo financiamento para construir microcápsulas serão testadas em humanos com o auxílio de uma rede de neurocientistas, neurocirurgiões e outros profissionais de saúde. Por fim, passará pela devida aprovação da Anvisa. O bioproduto será o primeiro fitoterápico derivado de uma planta da Amazônia. Para colocar isso no mercado foi criado a Startup Neuroprotect formada por Walace e outros colaboradores com grande pacacidade científica. A Startup foi selecionada no programa nacional de Chamado Emerge Amazônia. Das 149 iniciativas de tecnologia foram escolhidas nove Startups, e três delas vão obter o financiamento. "Nós estamos bem cotados para ser uma das três, mais ainda temos que aguardar" - Afirmou o pesquisador

Cerca de 80% dos casos de AVC poderiam ser evitados através das mudanças nos hábitos da vida e do controle de fatores de riscos como a hipertensão, redução do nível de colesterol, redução de peso, prática regular de exercícios físicos, não fumar ou parar de fumar, tratamento da síndrome da apneia do sono. É muito importante também manter o acompanhamento médico regular e realizar exames de acordo com cada caso. O tratamento hospitalar é feito através do controle dos parâmetros clínicos, associados a medicamentos injetáveis ou cirurgia endovascular. 

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