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06/09/2023 às 12h12min - Atualizada em 06/09/2023 às 11h47min

Lucas Paquetá é convocado à depor na CPI da manipulação do futebol

Após ser denunciado por órgão que fiscaliza apostas, o jogador foi cortado da seleção e da lista de contratações do Manchester City

Julia Vargas - Editado por Alanis Zamengo
Jogador é denunciado em esquema de aposta. Foto: Divulgação/West Ham/Instagram

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga a manipulação de resultados de partidas de futebol realizou uma audiência pública nesta segunda-feira (04) e aprovou a convocação de Lucas Paquetá para depor sobre seu envolvimento. A reunião aconteceu no plenário oito em Brasília com o objetivo de ouvir os representantes de sites de apostas. 

 

O meio campista que atua na Premier League está sendo investigado por supostamente ter participado de esquemas ilegais de apostas associados aos três cartões amarelos que levou em jogos da liga inglesa. Ele foi denunciado pelo Sports Radar, órgão de fiscalização que detectou apostas suspeitas realizadas em contas vinculadas a pessoas próximas ao jogador. 

 

Paquetá já havia sido convidado para prestar depoimento, mas sem sua resposta, o convite foi convertido em uma convocação obrigatória. Por residir em Londres e atuar frequentemente pelo West Ham, o futebolista foi liberado para participar da comissão por meio de videoconferência.  

 

Lucas Paquetá estava entre os nomes da primeira convocação da seleção brasileira de Fernando Diniz. Porém, devido ao seu suposto envolvimento em apostas esportivas, informado pelo jornal “Daily Mail", o atleta foi cortado da lista. Além disso, o Manchester City, que estava de olho no meio campista, desistiu da contratação. Também segundo o jornal britânico, o City estava disposto a pagar mais de R$ 400 milhões de reais pela transferência.

 

A partir de investigações feitas pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), a Câmara dos Deputados instalou a CPI da manipulação no futebol no dia 17 de maio para apurar inicialmente suspeitas de manipulação no resultado de jogos de campeonatos estaduais em 2023 e partidas da primeira e segunda divisão do Campeonato Brasileiro de 2022. 

 

A denúncia feita pelo MPGO mostra que 23 ocorrências criminosas aconteceram durante várias partidas. Os jogadores envolvidos se comprometeram a cometer faltas com a finalidade de receber cartões e a cometer pênaltis. A quadrilha apostava nos resultados e eventos induzidos para obter altas quantias nos sites de apostas. 

    

No total, 16 pessoas foram inicialmente denunciadas pelo MPGO na operação “Penalidade Máxima”, que deu origem à CPI. Das 16, sete são jogadores de futebol: Eduardo Bauermann (Santos), Fernando Neto (São Bernardo), Igor Cariús (Sport), Matheus Gomes (Sergipe), Victor Ramos (Chapecoense) e Gabriel Tota (Ypiranga-RS) e Paulo Miranda (Náutico) que atuavam juntos. Na época eles jogavam respectivamente pelo Santos, Operário, Cuiabá, Sergipe, Portuguesa e Juventude.  

 

Outros quatro jogadores que se encontram na lista de envolvidos fizeram acordos com a Justiça. São eles: Kevin Lomónaco (Bragantino), Moraes (Juventude), Nikolas Farias (Novo Hamburgo-RS) e Jarro Pedroso (Inter de Santa Maria-RS). 


A Câmara dos Deputados já promoveu inúmeras audiências públicas para apurar os fatos e auxiliar nas investigações, que contam com o apoio da Polícia Federal. Os temas das reuniões mais recentes foram:  as interferências na arbitragem de jogos e a escuta dos relatos de jogadores, de empresas de monitoramento de fraude no futebol e de representantes de sites de apostas envolvidos.
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