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14/02/2020 às 23h43min - Atualizada em 14/02/2020 às 23h43min

Crítica: Jane Austen, uma mulher e escritora à frente do seu tempo

A escritora inglesa que revolucionou o romance de sua época, exerce influência na literatura até os dias atuais e é fonte de inspiração para uma legião de leitores

Fiamma Lira - Editado por Rafael Campos
Fonte: Reprodução da Internet
Nascida em 16 de dezembro de 1775, na cidade de Steventon, na Inglaterra, Jane Austen já mostrava, desde a adolescência, aptidão para a escrita. Isto em uma época  em que a mulher era incentivada a cultivar habilidades domésticas e sociais que a tornariam apta para o papel de esposa e mãe. O ato de escrever não estava incluído nessa lista. Tal atividade era estimulada somente aos homens.

Jane era uma mulher à frente de seu tempo, revolucionária, de fato. Mesmo vivendo debaixo das tradições do século XVIII e tendo de conviver com os estereótipos existentes no período, a jovem escritora era a favor da mulher receber educação e ser instruída nos mesmos assuntos a que os homens têm acesso.

As heroínas construídas por ela nas suas histórias revelam essa faceta de sua personalidade. São mulheres racionais, de pensamento crítico, fortes opiniões e que davam mais valor ao comportamento, personalidade e atitudes de uma pessoa do que a aparência externa de alguém.

Um exemplo notável disso é a personagem Elliot, do livro “Razão e Sensibilidade”, primeira obra da escritora e publicado em 1811,  no qual logo teve  reconhecimento do público. No primeiro capítulo, ela é descrita como uma pessoa que possui força de entendimento e uma frieza de julgamento que a qualificavam para ser a conselheira de sua mãe, embora tivesse apenas 19 anos de idade. É dito também que lhe permiitiam com frequência opor-se, àquela impaciência de espírito da sra. Dashwood, que a levava a cometer imprudências. A descrição da autora acrescenta que ela tinha um excelente coração, um temperramentoo afetuoso e sentimentos fortes; mas sabia como governá-los.

Podemos destacar Emma, protagonista que intitula o romance, publicado em 1815. Impetuosa, firme, nas suas convicções, divertida, inteligente, de natureza independente e de espírito livre.

Embora Jane vivesse em um tempo que as mulheres eram discriminadas e tidas como inferiores aos homens na sociedade, esses conceitos equívocos não afetavam as suas opiniões nem distorciam seus valores. Pelo contrário, tais imfortúnios só fortaleciam a luta por seus ideais.

Austen era a favor da mulher exercer atividades econômicas, ser dona do seu dinheiro e de si mesma, ser responsável pelo próprio sustento e liberdade para tomar suas decisões e fazer suas escolhas. Embora o conceito de feminismo não fosse tão conhecido, como nos dias atuais, podemos considerá-la como um exemplo de feminista na literatura inglesa. Isso porque ela defendia a igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres na sociedade. E esse ímpeto se reflete em todas as suas obras.

Entre os estudiosos do tema, há o consenso de que o Movimento Feminista surgiu durante a Revolução Francesa (1789). Com certeza, esse acontecimento foram uma de suas maiores influências a respeito desse assunto.

Jane faleceu em 1817, há exatos 203 anos. No entanto, ela deixou seu legado na literatura inglesa e mundial, no qual exerce influência em várias gerações de escritores e continua a inspirar leitores do mundo inteiro.  
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