Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
14/07/2020 às 18h07min - Atualizada em 14/07/2020 às 17h58min

Final de semana foi marcado pelo combate ao racismo

Atletas pediram identificação de usuário que ofendeu em redes sociais; Hamilton pediu posicionamento de equipes da F1

Eduarda Gabe - Editado por Paulo Octávio
Thierry Henry, técnico do Montreal Impact fica ajoelhado por 8 minutos e 46 segundos. Divulgação/Instagram Montreal Impact
O final de semana teve como um de seus principais assuntos o combate ao racismo. Wilfried Zaha, jogador do Crystal Palace, sofreu ameaças através de mensagens em seu Instagram, no domingo (12), antes da partida contra o Aston Villa pela Premier League. Após a denúncia e investigações, a polícia da Inglaterra prendeu um garoto de 12 anos, morador de Solihull e torcedor do time. Na ocasião, Crystal Palace e Aston Villa demonstraram apoio ao jogador e repúdio ao ato de racismo. Em entrevista, o treinador, Roy Hodgson, disse que  essa atitude do torcedor é desprezível. “É lamentável que em um dia de jogo um atleta acorde com esse tipo de mensagem covarde e desprezível. Eu penso que Wilfried fez o certo em se manifestar. Não acho que seja bom ficar quieto diante de casos assim.” Depois de sofrer os insultos, Zaha pediu que as plataformas façam a identificação e remoção dos usuários que praticam o racismo.

Outras atitudes e declarações também marcaram a luta antirracista. Lewis Hamilton venceu o GP na Estíria e junto com o prêmio do piloto, o troféu de construtores foi entregue para a sua equipe. A zimbabuana Stephanie Travers foi escolhida da escuderia para receber o troféu. Aos 25 anos, Travers é engenheira da equipe e foi a primeira mulher negra a subir no pódio. Além dela, outras oito mulheres também receberam o prêmio. No domingo (12), o piloto da Mercedes aproveitou a ocasião para cobrar um posicionamento maior da Ferrari e outras equipes da Fórmula 1. Hamilton se ajoelhou junto com outros 11 pilotos antes da corrida e em seu carro ergueu o punho em protesto. Quando subiu ao pódio, repetiu o mesmo gesto.

Os protestos e o gesto se tornaram frequentes depois que George Floyd foi assassinado de forma brutal por um policial branco em Mineápolis, nos Estados Unidos, no dia 25 de maio. O vídeo exibido nos jornais mundiais gerou uma indignação global e retomou a luta contra o racismo. Na quinta-feira (9), o ex jogador e agora técnico do Montreal Impact, Thierry Henry também fez protesto. No retorno da Liga Americana de Futebol, o treinador ficou ajoelhado em frente ao banco de reservas do time durante oito minutos e 46 segundos. Esse foi o tempo em que George Floyd ficou imobilizado no chão pelo policial. Além de ficar ajoelhado e levantar o punho, Thierry também vestia uma camiseta com os dizeres “Black Lives Matter”. De acordo com o ex-jogador da seleção francesa, a atitude foi em memória de Floyd e apoio ao antirracismo.

Já na quarta-feira (8), o lateral direito Daniel Alves, do São Paulo, e o ex-jogador Grafite também falaram sobre o preconceito. Ambos participaram de um fórum virtual WFS Live, que discutia a importância do posicionamento social contra o racismo. O jogador são paulino sofreu diversas discriminações ao longo de sua carreira. Em 2014, Daniel Alves comeu uma banana que foi atirada para dentro do campo por um torcedor no jogo contra o Villareal. Em uma de suas falas ao fórum, o lateral destacou sobre defender quem sofre o racismo. “Vamos realmente defender as causas porque, se não o fizermos, elas acontecem. É a mesma coisa que acontece quando há uma catástrofe em qualquer parte do mundo, todos se voltam e o problema desaparece.”

“Agora, com os movimentos que ocorreram ao redor do mundo, a luta contra o racismo vai ser mais igualitária. A janela se abriu, e acho que não vai mais fechar”, comentou Grafite, ex-jogador de futebol.

 

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »