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14/09/2019 às 03h25min - Atualizada em 14/09/2019 às 03h25min

Empresa chinesa anuncia primeira clonagem de gato

Sem o tabu ocidental acerca da clonagem, negócio cresce no país

Caio Costa - Edição: Lavínia Carvalho
Garlic foi o primeiro felino clonado na China. Foto: Yan Cong/The New York Times

A Sinogene, empresa chinesa situada em Pequim, foi notícia mundialmente nesta quinta-feira (5) por ser a primeira companhia do país a realizar a clonagem de um gato. A instituição copiou os genes do animal de estimação do Huang Yu, que pagou cerca de 35 mil dólares pela clonagem do felino Garlic que faleceu no início do ano.

Para agência France Presse, a nova versão do gatinho, que conta com mais de 90% das características físicas originais, é um marco que pode vir abrir as portas para a clonagem de outros animais. O procedimento científico seria de extrema importância na preservação de espécies em extinção, como os ursos Panda, por exemplo, porém, na China essa não é a sua única função.

Criada em 2017, a empresa especializada em clonagem animal já clonou cerca de 40 cães desde a sua criação, porém esta seria a primeira vez que realiza de forma bem sucedida a cópia de genes de um gato. Como a clonagem de pets não são um tabu na sociedade chinesa, assim como as leis protegem animais utilizados em testes de laboratório são praticamente inexistentes, este seria um negócio que cada vez mais cresce em contraste a baixa procura em países ocidentais.

O chefe-executivo Mi Jidong relatou para o The New York Times que a companhia começou a clonar pets após pesquisa de mercado apontar a demanda para o início de um negócio lucrativo de donos de animais como o Huang, que buscam bichinhos idênticos ao anterior. Em nota, o jovem de 23 anos confessou torcer para que o animal tenha a personalidade tão parecida com a do seu amigo quanto tem de semelhança física. 

Dados do site chinês Goumingwang mostram que a China tem cerca de 100 milhões de animais de estimação entre gatos e cachorros, o que contribui para que um mercado voltado ao mundo pet cresça cada vez mais na segunda maior economia global.

Apesar do potencial lucrativo, especialistas contrários ao processo criticam a falta de humanidade e as incertezas da cópia genética. “O gato (clonado) não tem um valor individual próprio, ele é tratado unicamente com a finalidade de ser um objeto para alguém”, conta para o New Yor Times a Jessica Pierc, especializada em bioética da Universidade do Colorado.
 


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