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09/07/2020 às 22h09min - Atualizada em 09/07/2020 às 22h05min

A interiorização da pandemia e a reabertura do comércio

A pergunta que não quer calar: acabou a quarentena ou banalizamos a doença?

Isadora Lassi - Editado por Camilla Soares
Divulgação/Unesp
O avanço da pandemia da Covid-19 pelo interior do Brasil tem ocorrido de forma acelerada, o que já era esperado pelos especialistas. O novo Coronavírus está sob certo controle nas capitais e regiões metropolitanas, porém avança para cidades do interior, podendo gerar novos centros da doença no país. Do óbitos registrados, aproximadamente 50% deles se concentram em cidades pequenas.

São Paulo lidera o ranking com 323.070 casos, sendo 4.500 só nos municípios do noroeste paulista. O que mais preocupa as autoridades é a falta de equipamento e leitos adequados. Só em Ribeirão Preto, maior cidade da região, a taxa de ocupação fechou, nesta terça-feira (7), em 93%, com 122 confirmados e 22 suspeitos. Já em São José do Rio Preto, o Hospital de Base (HB) está com 61% a situação na Santa Casa é mais preocupante, dos 84 leitos, 75% estão ocupados.

Em algumas cidades já se iniciou a flexibilização da quarentena. A maioria delas se encontra na fase 2 – laranja – e, segundo o governo do Estado, os seguintes estabelecimentos poderão abrir, mas com restrições: atividades imobiliária, concessionárias, escritórios, comércio e shopping centers. As medidas protetivas incluem o distanciamento social (1,5m), o uso constante de máscaras em estabelecimentos e a disponibilização de álcool em gel para uso.  Porém, o que tem se acompanhado nas mídias é a superlotação dos centros de compra, o uso indevido de máscaras e a banalização da doença por parte dos brasileiros.

O infectologista do HB de Rio Preto, Irineu Luiz Maia, aponta que a reabertura do comércio é uma medida preocupante, pois a doença ainda não foi bloqueada para flexibilizar a quarentena. “A Itália fez um lockdown real e hoje já está aberta novamente, mas bloqueou a doença em 60 dias e nós em 100 dias ainda estamos no olho do furacão”, comenta o médico após a implantação do “mini-lockdown” na cidade, onde os comerciantes devem ficar fechados de domingo a terça-feira. Maia ainda diz que doença, infelizmente, foi banalizada pela população e isso dificulta o controle do contágio.
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