Iniciar a graduação dos meus sonhos em meio a uma pandemia, que resultou no ensino remoto definitivamente era um quadro que não imaginei - aliás, quem poderia sequer pensar em uma situação como essa? - , mas agora o ensino híbrido vai ser iniciado e eu não poderia estar mais apavorado e confuso.
Claro, o começo foi assustador e decepcionante, mas por muito tempo consegui lidar bem com a situação - afinal, não havia o que ser feito. Todavia, um ano se passou neste “novo normal” e já não via sentido em continuar, entretanto, encontrei na arte uma forma de aliviar minha mente atormentada (pode ler ambos relatos neste conteúdo e nesta crônica, respectivamente).
Mas em meio as merecidas férias de Julho - sobre a qual minha colega de classe escreveu e descreveu bem este conflito entre férias e produção aqui - recebi um e-mail da coordenação, afirmando o início do ensino híbrido em nossa instituição no próximo semestre e minha cabeça parecia prestes a explodir.
A notícia mais aguardada se torna a mais temida
Não sei explicar bem o que senti ao ver o assunto marcado naquele e-mail: inicialmente (os primeiros 5 minutos) foram de pura animação e alegria: dei pulos na minha cama, ri de felicidade e meu coração disparava a mil. Mas como já disse, foram apenas 5 minutos.
Depois, eu simplesmente sentei em minha cama e encarei a parede em minha frente, assimilando a informação: “como assim vamos voltar? poucos foram vacinados… vale o risco? será a melhor escolha?”
Esses eram alguns dos mil questionamentos sem resposta que rodeavam em minha mente feito um carrossel. Meu coração ainda dispara, mas desta vez era de medo “ e se eu contrair o vírus? E se nada ocorrer a mim mais sim a minha família? Vão dividir a turma, será que ainda terei meus amigos ao meu lado?”. Sempre odiei os “e se” da vida.
Minhas mãos soavam frio, eu tremia de apreensão e estava tão confuso! Desde o início da pandemia, este e-mail era o mais aguardado por mim e agora que está em minhas mãos, se tornou um pesadelo.
Aos poucos consegui me acalmar: fiz meus exercícios de respiração, tomei um chá calmante e um banho quente para relaxar o corpo contraído pelo medo e passei a pensar em como poderia ser.
Estou animado com a ideia de finalmente fazer os programas para a rádio local na própria rádio, ter acesso a biblioteca que mal tive tempo de explorar, conhecer pessoalmente professores que só vi pela tela fria do computador e ver meus amigos pessoalmente (sem abraços, mas melhor do que nada)
Claro, o medo ainda está aqui, algo me diz que apesar de ser o desejo de todos nós, ainda não é a hora desta mudança… mas tento não pensar muito nisso, afinal, tenho poucas informações sobre como será.