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23/09/2021 às 21h02min - Atualizada em 23/09/2021 às 20h51min

Crônica - 2020: seria este o início do fim?

Tantos eventos ocorreram desde o ínicio de 2020 que é impossivel pensar que tudo tem ocorrido por acaso, certo?

Hellen Almeida - Editado por Larissa Bispo
Ilustração: “Sobreviventes do fim do mundo” // Reprodução: Google.

Lembro do fim de 2019 como se fosse ontem: os pés na areia macia do Rio de Janeiro, espumante na mão - menores de 18 anos: não bebam! - e rodeado por familiares e amigos, imaginando o que 2020 reservava para todos nós: com nossas listas de metas anuais e esperança preenchendo nossos corações. Hoje, 2021, esta lembrança mais parece uma vida passada.

 

Afinal, frente a tantos desastres naturais - um vulcão das Ilhas Canárias acabou de ser ativado e seu tremor pode atingir a costa do nosso país! - e todos ocorrendo ao mesmo tempo que, para mim, é quase impossível não ter o seguinte questionamento: o planeta Terra está tentando se livrar de nós?!

 

Perdão, sempre esqueço de me apresentar! Prazer, me chamo Luis, sou estudante de jornalismo no que parece ser o fim do mundo. Já compartilhei algumas experiências por aqui como minha percepção inicial do ensino remoto e como encontrei na arte um refúgio emocional frente a pandemia. Caso queira ler, aqui estão:

 

Primeiro ano de ensino remoto e pandemia: o que aprendi

Crônica: a arte grita o que a alma não é capaz de dizer

 

2020 começa com uma possível 3º guerra mundial: e nós achávamos que isso era o pior que podia nos ocorrer

 

Mas retornando ao nosso debate atual: lembro que o primeiro dia de 2020 já começou com um embrulho no estômago: o General iraniano Qassem Soleimani foi morto durante a ação de um drone por ordem de Donald Trump, antigo presidente dos Estados Unidos da América.

 

O Irã jurou vingança e o presidente do Brasil já havia se declarado apoiador dos EUA. Parecia um pesadelo, minha barriga revirava como uma montanha-russa e eu me questionava se cursar jornalismo tinha sido uma boa ideia para alguém que sofre de ansiedade.

 

Especialistas alegaram que a possibilidade do início de uma Terceira Guerra Mundial era pequena - para não dizer inexistente - e que o Brasil sofreria com problemas econômicos apenas e em decorrência do avanço da tecnologia, se o evento ocorresse seria via drones e afins.

 

E realmente com alívio eu digo que nada ocorreu; respirei aliviado e até cheguei a rir, fazendo memes -  afinal, é assim que o brasileiro responde ao medo - e pensando que o pior de 2020 já havia chegado para passarmos o ano livres. Todavia, a variante de um vírus já conhecido iria provar que nunca estive mais equivocado.

 

Pandemias que levam ao fim da humanidade: ficção ou possível realidade?

 

E não paramos por aí: estou sendo muito pessimista ao levantar este questionamento? Parece que o mundo estava nos avisando momentos antes de 2020 começar, pois lembro perfeitamente de ouvir o noticiário falar sobre um vírus que teve primeiros casos em Wuhan, na China, e estava se direcionando para a Itália, um tal de, sei lá, novo coronavírus - já ouviu falar?

 

Pois é, eu estava preocupado com os outros países e apesar de dizer “isso não virá para o Brasil, fiquem tranquilos!”, um arrepio em minha nuca alertava que eu não acreditava em minhas próprias palavras.

 

E aqui estamos: em 2021 com este vírus que começou literalmente do outro lado do mundo em nossa terra, nos obrigando a se adequar em um novo normal onde usamos máscaras ao sair de nossas residências - o que deve ser evitado ao máximo -, aulas remotas e evitar qualquer contato como abraço ou sequer um aperto de mão.

 

Como em um piscar de olhos, me vi em uma realidade mais branda do que as relatadas em filmes e séries sobre o fim do mundo, uma pandemia mundial iniciada com um vírus e afins, mas hoje, ao ver estas obras, meu pensamento é: “isso realmente poderia ocorrer”. Estou louco?

 

Vulcão é ativado e ameaça afetar a costa brasileira

 

Pois, afinal, como se não bastasse iniciarmos 2020 com uma ameaça de Terceira Guerra Mundial, estarmos desde março daquele ano até agora vivendo uma pandemia mundial que tem levado não apenas nossa saúde mental, como também entes queridos. 

 

Agora fomos presenteados - esta palavra apresenta ironia - com a erupção de um vulcão que pode atingir a costa brasileira. De acordo com especialistas, o risco para nós é “muito remoto” e, assim espero, afinal, acredito que o ser humano não suportaria tanto desastre no intervalo de dois anos.

 

Meu questionamento final é:

 

Somos nós o vírus do planeta?

 

Pois, a junção de tantas catástrofes e ameaças me leva a seguinte conclusão: desde o surgimento dos seres humanos na terra - independente de qual versão você acredite -, a única coisa que fazemos é tomar de onde vivemos, sem a mínima preocupação sobre se a nossa evolução, está acabando com o planeta que vivemos.

 

Propagamos tanta poluição, desmatamento e afins que bastou umas semanas de isolamento social em decorrência do coronavírus para que Veneza voltasse a ter peixes em suas águas e outros fenômenos que a tempos não ocorriam, como se a Terra pudesse finalmente respirar.

 

Com uma certa analogia: será que nós somos a pandemia da Terra? E, se sim, por qual razão não aprendemos de uma vez com todos esses terríveis eventos atuais e cuidamos realmente de onde vivemos? Com iniciativas verdes e afins, talvez a gente entre em paz com a Terra.

 

Talvez, assim, a gente possa voltar para aquela esperança de 2019, com os pés na areia macia da praia e, pela primeira vez em muito tempo, realmente acreditando em um futuro melhor.

 

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